A BitGo, exchange global de criptomoedas, entrou com pedido de abertura de capital nos Estados Unidos, reforçando a onda de empresas do setor que buscam captar recursos no mercado público. O registro foi feito na sexta-feira (19) junto à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
“Solicitamos a listagem de nossas ações ordinárias Classe A na Bolsa de Valores de Nova York (‘NYSE’) sob o símbolo BTGO”, disse a empresa no documento entregue à SEC. Todo o processo será liderado pelos gigantes bancários Goldman Sachs e Citigroup.
A BitGo administra atualmente US$ 90,3 bilhões em ativos digitais e atende mais de 4.600 clientes institucionais e 1,1 milhão de usuários. Sediada em Palo Alto (EUA), a empresa registrou receita de US$ 4,19 bilhões e lucro líquido de US$ 12,6 milhões no primeiro semestre de 2025, queda em relação a 2024, quando lucrou US$ 30,9 milhões sobre receita de US$ 1,12 bilhão.
Segundo reportagem da Bloomberg, a BitGo já havia revelado em julho que havia feito um pedido confidencial de IPO. Avaliada em US$ 1,75 bilhão em agosto de 2023, segundo dados da PitchBook, a BitGo agora busca se consolidar como uma das grandes listadas de Wall Street.
O movimento ocorre em um momento em que a administração de Donald Trump se mostra favorável à indústria cripto, incentivando várias empresas a irem à bolsa. Em junho, por exemplo, a Circle, emissora da stablecoin USDC, protagonizou uma das maiores aberturas de capital do setor, captando US$ 1,2 bilhão.
Além de sua atuação em custódia, a BitGo lançou neste ano uma mesa global de negociação de balcão (OTC), oferecendo serviços de negociação à vista e de opções, além de empréstimos para operações com margem, relembra a Bloomberg.
BitGo no Brasil
Em julho deste ano, a BitGo anunciou a criação da BitGo Brasil Tecnologia Ltda., subsidiária que marca sua entrada oficial no mercado brasileiro. O movimento busca alinhar a companhia às discussões regulatórias em andamento no país, especialmente sobre a exigência de gestão local de chaves criptográficas, e oferecer serviços de custódia, segurança e conformidade a bancos, corretoras e gestoras de ativos.
A instalação no Brasil ocorre logo após a BitGo conquistar a licença MiCa na Alemanha, uma das certificações mais rigorosas da Europa para provedores de serviços de ativos virtuais. Segundo disse na época Luis Ayala, diretor LatAm da empresa, o objetivo é construir uma base sólida no país e atuar como parceira das instituições financeiras locais, independentemente dos rumos que a regulação brasileira adotar.
Outras grandes empresas também atingiram os mercados tradicionais: a Circle, baseada em San Francisco, que emite a stablecoin USDC, teve um forte debut na NYSE em junho; depois, a Bullish, que também entrou na NYSE em agosto. Já Gemini e Kraken, também sediadas nos EUA, planejam suas IPOs.
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