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Estado de Wyoming lança sua própria stablecoin; conheça o Frontier (FRNT)

A stablecoin FRNT do estado americano Wyoming poderá oferecer rendimento aos investidores no futuro

Bandeira de Wyoming (EUA)
Shutterstock

A stablecoin do estado americano de Wyoming estreou em sete blockchains nesta terça-feira (19), estabelecendo um novo marco para o “Estado dos Cowboys” ao entrar oficialmente no setor de US$ 285 bilhões.

Emitido em parceria com a LayerZero, a Frontier Stable Token (FRNT) operará nas redes Ethereum, Solana e Avalanche, além de quatro redes de escalabilidade do Ethereum — Polygon, Arbitrum, Optimism e Base —, informou em comunicado conjunto o provedor de infraestrutura blockchain e a Wyoming Stable Token Commission.

Embora o setor de stablecoins seja dominado há anos por empresas nativas de cripto como Tether e Circle, o FRNT, anteriormente chamado Wyoming Stable Token (WYST), representa o primeiro token emitido por um estado dos EUA. Enquanto isso, empresas de Wall Street avaliam suas próprias ofertas.

A Comissão e a LayerZero descreveram o FRNT como um “ativo público protegido constitucionalmente”, que não está sujeito a “restrições arbitrárias de uso”, ao contrário de muitas alternativas.

Como a maioria das stablecoins, o FRNT será lastreado em dinheiro e títulos do Tesouro dos EUA, mas em vez de beneficiar uma empresa, os juros gerados pelas reservas do FRNT serão direcionados trimestralmente para o Fundo de Fundação Escolar de Wyoming, servindo aos seus cidadãos como um bem público.

Indivíduos envolvidos na introdução do FRNT disseram ao Decrypt no mês passado que o token será único porque não é regulamentado pela Lei GENIUS. A estrutura para stablecoins aprovada no mês passado não se aplica ao FRNT porque Wyoming é uma soberania — não uma empresa —, disseram eles.

Isso significa que o FRNT poderia eventualmente compartilhar uma parte da receita gerada por suas reservas com os detentores. Esse recurso não será habilitado, pois ainda está sendo definido, disse o senador democrata do estado de Wyoming, Chris Rothfuss, ao Decrypt em julho.

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Projeto é alvo de críticas

A iniciativa foi criticada por alguns conservadores dos EUA, que compararam o FRNT a uma moeda digital de um banco central, mas Anthony Apollo, diretor executivo da Comissão de Tokens Estáveis de Wyoming, rebateu as preocupações sobre a soberania financeira dos usuários.

Apollo vem sustentando, há meses, que o FRNT não é uma CBDC porque não pode ser emitida da mesma forma que os bancos centrais criam dinheiro. Além disso, o estado pode contestar pedidos de apreensão ou congelamento de fundos, caso entrem em conflito com os mandatos constitucionais do estado.

Um exemplo: uma empresa que emite uma stablecoin poderia mudar suas políticas para proibir a compra de armas de fogo com seu token, enquanto Wyoming não seria capaz de fazer o mesmo devido à sua obrigação de cumprir a Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos, disse Apollo.

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A estreia da stablecoin ocorreu durante o Wyoming Blockchain Symposium, um evento somente para convidados no Four Seasons Resort and Residences Jackson Hole em Teton Village, onde o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, Paul Atkins, deve discursar.

Como vai funcionar o FRNT?

O FRNT foi criado usando o padrão Omnichain Fungible Token (OFT) da LayerZero, que também alimenta a stablecoin PYUSD do PayPal. Os tokens emitidos sob o padrão podem, teoricamente, existir em mais de 110 blockchains compatíveis com a LayerZero.

Um ativo protegido constitucionalmente pode não significar muito para alguém que compra uma xícara de café em Nova York, mas pode ser importante para pessoas no exterior que enfrentam alta inflação ou governos autoritários, disse o cofundador e CEO da LayerZero, Bryan Pellengrino, ao Decrypt.

Não muito tempo atrás, não estava claro se algo como FRNT seria permitido nos EUA, disse ele, apontando para o escrutínio regulatório que se seguiu ao colapso de US$ 40 bilhões do ecossistema da Terra em 2022 — marcado pelo colapso de sua stablecoin algorítmica TerraUSD (UST).

“É um indicador louco para a indústria que não tenho certeza se as pessoas reconhecem totalmente”, disse ele, referindo-se à estreia do FRNT. “Há apenas alguns anos, tudo o que as pessoas falavam era que as stablecoins seriam banidas.”

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt

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