No último domingo, Péter Szilágyi, ex-desenvolvedor líder da Geth – ponte oficial para interagir com a rede Ethereum – na Fundação Ethereum, provocou um debate na comunidade de criptomoedas ao publicar um tuíte com a carta que enviou à liderança da Fundação no ano passado, questionando a influência do cofundador do Ethereum, Vitalik Buterin, sobre o ecossistema.
“Como vocês encheram minha timeline com crises existenciais sobre Ethereum, aqui está uma carta que enviei à liderança da Fundação Ethereum há um ano e meio”, postou Szilágyi, antes de de outro tweet com o link para o documento.
“O Ethereum pode ser descentralizado, mas Vitalik tem controle indireto completo sobre ele”, diz.
De acordo com o conteúdo da carta, Szilágyi afirmou que a maioria dos projetos Ethereum era controlada por um grupo coeso de cinco a dez indivíduos, apoiado por uma a três empresas de capital de risco. Segundo ele, o sucesso de novos projetos depende fortemente de seus relacionamentos com esse círculo interno.
“A direção do Ethereum sempre se resumiu ao seu relacionamento com Vitalik”, disse Szilágyi.
A carta de Szilágyi também alertava que o controle sobre captação de recursos e aprovação interna de projetos deixa a Fundação suscetível a interesses alinhados.
Ele ressaltou ainda que sua remuneração total em seis anos na fundação foi de cerca de US$ 625 mil, mesmo com o valor de mercado do Ethereum atingindo centenas de bilhões, evidenciando desigualdades entre os salários de funcionários e os grandes beneficiários.
O debate se intensificou com declarações de líderes do ecossistema, como Sandeep Nailwal, CEO da Polygon, que afirmou ter começado a questionar sua lealdade ao ecossistema do ETH devido à ausência de apoio direto da fundação, e Andre Cronje, cofundador da Sonic Labs, que criticou a comunicação da instituição.
De acordo com o The Block, a Fundação e Vitalik Buterin foram contatados para comentar; Buterin não se pronunciou diretamente sobre o tema, mas elogiou a Polygon e sua contribuição para o Ethereum, destacando investimentos no desenvolvimento do zero-knowledge EVM e em projetos de infraestrutura.
Nos últimos meses, a fundação passou por uma ampla reestruturação, incluindo demissões de desenvolvedores em junho e a divulgação de uma nova estratégia para administrar e alocar suas reservas de ETH.
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