O HASH11, primeiro ETF de criptomoedas da bolsa brasileira, está em queda de 15% nesta quarta-feira (19), o pior desempenho do produto desde que foi lançado na B3 em 26 de abril.
As cotas são negociadas nesta manhã a R$ 38, um pouco acima da mínima histórica de R$ 37,60, registrada hoje na abertura do mercado, segundo dados da B3.
O desempenho negativo do HASH11 reflete a forte correção que as criptomoedas enfrentam nesta manhã de quarta que fez o mercado perder US$ 320 bilhões do seu valor total.
Como o HASH11 acompanha o desempenho das criptomoedas rastreadas no Nasdaq Crypto Index (NCI), ele é afetado diretamente pela desvalorização.
O índice está em queda de 12,4% nas últimas 24 horas e registra agora 2.523,63 pontos, conforme os dados da Hashdex. Quando a correção do mercado estava mais agravada no início da manhã, o NCI mostrava com uma variação negativa de 29,04%.
O índice foi desenvolvido pela gestora brasileira Hashdex em parceria com a Nasdaq e é composto por seis criptomoedas: Bitcoin, Ethereum, Stellar, Litecoin, Bitcoin Cash e Chainlink.
O bitcoin tem a maior participação no índice (65%), e está em queda de 13% nesta quarta, a US$ 37.400. No Brasil, a criptomoeda é negociada a R$ 204 mil, segundo o Índice de Preço do Bitcoin (IPB). Já o Ethereum que representa 30% no NCI, está caindo 19,8% nas últimas 24 horas, cotado agora a US$ 2.700.
As demais criptomoedas que possuem uma participação menor no índice, registram quedas ainda mais expressivas no dia, como a stellar (-26%), litecoin (-32%), bitcoin cash (-29%) e chainlink (-27%).
O que pode estar causando as quedas generalizadas do mercado são as recentes declarações do governo chinês. Nesta terça-feira (19), os reguladores do país asiático voltaram a lembrar que todos os bancos e instituições financeiras da China estão proibidas de oferecer serviços que envolvem criptomoedas aos clientes.
Queda das empresas ligadas ao setor
As empresas públicas que possuem ligação com o setor cripto também sofrem com a correção do mercado. As ações da MicroStrategy (MSTR), por exemplo, operam em queda de 8,84% nesta quarta, valendo US$ 444. Na abertura do mercado, a queda era de 12%, segundo dados do Investing.
Ontem (18) a companhia aproveitou a queda do bitcoin para comprar mais 229 BTC, subindo para 92,079 BTC o total de ativos sob sua gestão. Como a criptoativo compõe uma parte significativa do balanço da empresa, o desempenho de suas ações é impactada de forma direta pelos movimentos do ativo.
A Coinbase (COIN), que em abril se tornou a primeira empresa de criptomoedas a oferecer ações na bolsa de valores, também abriu o dia em queda de 12%. Porém, à medida que o preço do BTC voltou a se estabilizar em torno de US$ 57 mil, as perdas diminuíram para 5,25%, e agora as ações são negociadas a US$ 226.