Imagem da matéria: Kuailian, a pirâmide financeira espanhola que vem sendo divulgada por youtubers no Brasil
Foto: Shutterstock

No início do ano, o site internacional Behind MLM, especializado em detalhar e denunciar esquemas de pirâmide financeira, publicou um relatório sobre a empresa Kuailian, intitulado ‘Análise Kuailian: Fraude em contrato de investimento KUAI’.

No alerta, o site revelou que a empresa não tinha produto nem autorização para oferecer investimentos na Espanha e que por isso se enquadraria em um esquema Ponzi envolvendo a criptomoeda ethereum.

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Isso porque, segundo seu relatório, uma empresa de marketing multinível que não possuiu um produto para gerar receita e depende exclusivamente da entrada de associados tem grandes chances de ser uma pirâmide financeira.

Um vídeo de divulgadores da empresa alega que os rendimentos vêm de taxas arrecadadas por Masternodes. Essas taxas são distribuídas aos associados depois de um período de 2 anos 7 meses, que é a duração de um contrato (de 1.000 dias).

Na publicação do Behind, uma imagem revela que US$ 1.000 renderia ao final do contrato US$ 3.200. No sistema da empresa, há um programa de afiliados, que paga uma porcentagem do investimento de novos associados aos que já estão na rede.

Suspeita de pirâmide financeira

Conforme detalhou o Behind MLM na ocasião, a Kuailian não fornece informações em seu site sobre quem é o proprietário ou dirige a empresa.

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Para entrar no negócio, é preciso pagar uma taxa de afiliação de US$ 50,95 em ethereum (ETH); hoje, cerca de R$ 270.

Uma conta no Facebook em nome da Kuailian diz que o desempenho do negócio para esse ano tem previsão de rendimentos de 6% a 18% ao mês com “pagamentos todos os dias em sua carteira em ethereum e bônus de indicação direta e residual até ao 10º nível”.

Porém, segundo o Behind, a única fonte de receita verificável na Kuailian vem de novos investidores, o que faz do negócio um esquema Ponzi. Isso, diz o site, deixará a receita de ROI faminta, eventualmente provocando um colapso, onde a maioria dos investidores sem perdendo.

De acordo com a descrição no site da empresa, a Kuailian é “um ecossistema formado por uma comunidade internacional de empresários, programadores e especialistas em criptomoedas”.

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O objetivo, diz, é alavancar o potencial da tecnologia blockchain e torná-la acessível a todos por meio de produtos e serviços inovadores de valor agregado real”. Um roadmap no site sugere a construção de um marketplace no futuro, inclusive com a criação de um banco.

Promessas aos associados

O Behind detalhou que quem alcançar as metas no negócio, a empresa bonifica com iPhones, relógios e viagens.

O plano de remuneração em 15 níveis, que vão do iniciante, passando pelo níveis intermediários de gerente, diretor e presidente, até chegar a “embaixador global”.

Para se ser uma ideia, para alcançar o ponto mais alto no negócio, o investimento tem que ser de US$ 100 mil (cerca de R$ 550 mil). Neste caso, a promessa de retorno é de US$ 12.500.000 (R$ 70 milhões aproximadamente).

Divulgadores no Brasil

Como de praxe, muitos divulgadores já começaram a criar suas páginas de apresentação do negócio na internet para angariar associados e receber as bonificações. O canal preferido tem sido o Youtube.

Um vídeo publicado por um youtuber um divulgador da empresa resume sobre o funcionamento do negócio.

Conforme detalhou, a Kuailian tem pelo menos três pools de mineração — duas já em funcionamento minerando DASH e Zcash — cujos retornos sobre investimento (ROI) vão de “0.1 a 0.7 diários”.

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O investimento mostrado na publicação do Behind (chamado de ‘posições KUAI’) mostrado é de US$ 100 (cerca de R$ 550) e a duração do contrato de 1000 dias (aproximadamente 2 anos e sete meses).

Oferta de valor mobiliário

Ainda de acordo com Behind, a empresa não parece estar registrada em nenhum órgão regulador financeiro e por isso estaria operando ilegalmente em todo o mundo.

Os rendimentos, de acordo com a descrição da empresa, são gerados por um sistema conhecido no mercado financeiro, os bots.

“Combinamos sistemas automatizados de conversão de criptomoedas com uma ferramenta de aprendizado de máquina que analisa o mercado e identifica os nodes principais que têm a melhor taxa de retorno/risco, executando-os automaticamente”.

Outro ponto, comentou, “Não importa como eles chamam os investimentos, a empresa está oferecendo valores mobiliários”. Conforme explicou, é uma oportunidade de investimento em “retornos de passivos”.

Conforme a reportagem, no final do ano passado, a Kuailian realizou um evento de lançamento internacional em Barcelona, na ​​Espanha. À frente, David Ruiz de Leon, suposto CEO.

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Até o momento não há informação se já houve algum evento no Brasil, mas a Kuailian já começa a aparecer nas redes sociais, como Facebook e Youtube.

A empresa chegou a fazer um anúncio publicitário no Portal do Bitcoin, que foi retirado do ar assim que os leitores denunciaram a suspeita de golpe.

Empresa nega pirâmide financeira

Em nota ao Behind MLM na ocasião, uma equipe da empresa — ‘Kuailian Team’ — usou o espaço de comentários para negar a acusação. 

“Informamos que vocês agem com a máxima ignorância, não possui conhecimento adequado sobre nosso produto e nem sobre a tecnologia por trás dele e o confunde com sistemas fraudulentos de ponzi/pirâmide”, escreveu.

Negou também que a Kuailian não é um contrato de investimento e nem uma plataforma de “Negociação/Arbitragem/Forex” — o que não condiz com as informações no site da empresa. Disse que usa a modalidade Staking e que no final do contrato devolve aos usuários 65-80% do eu foi garantido na pool dos Masternodes.

Disse, ainda, que a Kuailian busca regulamentação para seu produto em toda a Europa e que não há denúncia contra a empresa na comissão de valores mobiliários da Espanha (CNMV).


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