Imagem da matéria: Criador do Bitcoin Banco ataca delegado e diz que ele foi contaminado por portais de notícia
Cláudio José de Oliveira, fundador do Bitcoin Banco (Foto: Reprodução)

Em um áudio recente compartilhado com o Portal do Bitcoin, Cláudio Oliveira, dono do Grupo Bitcoin Banco (GBB), diz que o delegado José Barreto de Macedo Júnior, da Polícia Civil do Paraná, foi ‘contaminado’ por informações de portais de notícias.

“Sabe por que um delegado dá um despacho daquele? Porque ele é contaminado com a porqueira — as bostas que esses portais mequetrefe de merda fala”, disse.

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A fala de Oliveira se refere ao relatório de Barreto sobre as fraudes alegadas pelo GBB no ano passado, quando a empresa apontou mais de 30 pessoas suspeitas de roubar o grupo.

No início da semana veio a informação de que a Polícia Civil do Paraná decidiu arquivar o inquérito. Por meio dele, o delegado concluiu que tudo não passou de uma estratégia para o Bitcoin Banco não pagar os clientes.

De acordo com Cláudio Oliveira, “com todo respeito à autoridade dele”, ele já estaria discutindo a parcialidade do delegado no Ministério Público.

Em outro ponto ele diz que se o caso for mesmo encerrado, “os vagabundos” que lesaram a empresa vão sair impunes, mas ainda assim vão responder na cível — “não vão pra cadeia, mas também não vão roubar mais”, disse.

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A assessoria de imprensa da Polícia Civil disse que não comentaria o caso.

Teorias

O foco do áudio, porém, foi sobre a situação da empresa diante da Recuperação Judicial (RJ) e sobre o pedido de apreensão de bitcoins feito pelo advogado Ismair Couto.

Couto já atuou como diretor jurídico do GBB e agora cobra judicialmente R$ 280 mil por verbas de honorários. Por sua vez, Cláudio Oliveira aponta o advogado como o responsável pelas irregularidades atribuídas ao grupo econômico e já teria acionado a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Cláudio Oliveira diz que o áudio — destinado a pessoas que segundo ele tentam derrubar o GBB — foi “mais um desabafo do que mesmo algo a anunciar”. Ele conta que desde que começaram os problemas na empresa ele vem correndo dia e noite para resolvê-los.

“Eu venho lutando pra cumprir e honrar com vocês”, disse.

Sobre o delegado e os bitcoins, ele disse ainda que advogado pedindo prisão “é a coisa mais normal no mundo”. E se defendeu dizendo que quando ele movimentou os bitcoins a RJ estava suspensa.

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“E eu não gastei eles, pelo contrário, eu protegi eles”, disse, acrescentando que os bitcoins são para a empresa movimentar e fazer pagamentos e que eles não são dos clientes como eles alegam.

“É uma pressão em cima das coisas que eu não entendo”, disse, alegando que a movimentação foi feita quando a RJ estava suspensa e que ele inclusive poderia ter vendido se quisesse, mas não o fez.

Conforme detalhou, as pessoas estão criando teorias e não seguem a RJ.

“Ismair Couto pediu prisão do quê? Eu que devia botar ele na cadeia pelo tudo que ele fez, essa bagunça toda documental em cima do meu patrimônio, em cima disso; em cima daquilo”,  comentou. “Esses caras manipulam vocês, porque vocês dão ‘ibope’ pra eles”, acrescentou.

“Não sou nenhum calhorda”

Oliveira disse ainda que não age como os donos de outras empresas do setor agiram depois que tiveram os mesmos problemas. E afirmou que vai honrar os pagamentos.

“Eu poderia simplesmente ligar o ‘foda-se’ pra isso tudo e aí você se viram… Daqui a 20 anos vocês ainda vão estar brigando para poder receber o dinheiro de vocês”, disse.

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“Eu poderia fazer isso, só que eu não sou nenhum calhorda, como todas as empresas que teve problema fugiram, eu não fugi. Eu tô aqui, vou pagar todo mundo”, afirmou.

Grupos de bate-papo na mira

Segundo Oliveira, durante dois meses uma equipe de quatro advogados trabalhou num processo que trata de pessoas de grupos de bate-papo. “Até hoje eu não fiz nada, agora vou contra-atacar”, disse.

Conforme explicou, foi tirado ata notarial das conversas e também um vídeo onde uma pessoa o convida para um esquema de pirâmide.

“Eu só vou sossegar quando eu calar a boca (das pessoas dos grupos)”, disse Oliveira, chamado-os de “um bando de desocupados, vagabundos, psicopatas”.

Atacou novamente portais de notícia

De acordo com o áudio, Cláudio Oliveira também ameaçou portais de notícias. “São um bando de nojentos e eu vou atacar um por um”, prometeu.

“Agora eu quero que vocês falem porque cada vez vocês estão me munindo de mais provas. E tem um portal que eu vou fazer de tudo pra fechar ele… Mas eu vou gastar o que for preciso, eu vou mover montanhas, mas eu vou fechar ele… Ele é composto por uma quadrilha; são terroristas da internet, e alguém tem que tomar uma atitude e calar a boca desses vagabundos”, disse.

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Segundo ele, há meses uma outra equipe de advogados analisa as reportagens. 

“Eu vou atacar as 480 matérias que foram catalogadas, estudadas uma por uma — são seis meses de trabalho de mais quatro outros advogados pros portais. “Todos vocês agora vão sentir o peso da minha mão”, concluiu.

Ouça o áudio