Um relatório especial de perspectivas macroeconômicas divulgado na semana passada pelo banco Itaú traz um cenário mais sombrio como consequência do impacto do coronavírus. O principal efeito é uma queda de 1,8% para -0,7% na projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Para 2021, a projeção foi elevada de 3% para 5,5%. O último relatório do banco com projeções para 2020-21 foi divulgado no início de março. Houve uma grande mudança num curto período de tempo.
“Esperamos um recuo de 9,7% do PIB no 2T20 em relação ao 1T20 com ajuste sazonal (sem anualizar), e crescimento de 11,9% na mesma base de comparação no 3T20.”, diz o relatório.
A projeção do PIB entre o terceiro trimestre de 2020 e o quarto trimestre de 2020 segue igual “uma vez que o efeito desse choque sobre a atividade econômica deve ser temporário”.
O crescimento elevado do PIB em 2021 se deve, segundo o banco, ao “carrego estatístico favorável após a contração do PIB no 2T20.”
O Itaú também aposta numa piora do câmbio para R$ 4,60 em relação a última projeção de R$ 4,15. Entretanto, ainda é uma visão otimista, dado que o dólar é cotado a R$ 5,07 nessa quarta-feita (25).
Segundo o relatório, apesar do câmbio seguir pressionado devido a crise do coronavírus, à medida que a economia voltar a ganhar força, haverá um “espaço para alguma apreciação do real em direção a um patamar mais compatível com os fundamentos da economia brasileira.”
Estimativas de déficit primário de 1,1% foram para 3,1% do PIB em 2020, e de 0,6% para 0,8% do PIB em 2021.
A projeção de inflação diminui de 3,3% para 2,9% neste ano e de 3,5% para 3,3% em 2021.
Para o Itaú, a taxa Selic irá aumentar de atuais 3,25% a.a. ao final de 2020 e para 3,75% a.a. ao final de 2021.