O CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, reconhece que os acordos que sua empresa realizou para socorrer afligidas credoras de criptomoedas em meio à queda de mercado não parecem ter sido necessariamente ótimos.
O objetivo em cada caso, segundo ele, não é ser um “acordo maravilhoso”, mas um “acordo ok”, e para limitar o quanto ele está “desperdiçando dinheiro em [algo] ruim”, explicou o empresário no mais recente episódio do podcast “gm” do Decrypt.
“Entramos nisso sabemos que não seriam necessariamente vencedores para nós. Estamos confortáveis com esse fato”, disse Bankman-Fried.
“E acredito que quando você pensa na Voyager — veremos o que vai acontecer — mas o melhor palpite é que são US$ 70 milhões que se foram pelo ralo, que provavelmente não veremos novamente.”
Desde que a Voyager entrou com um pedido de recuperação judicial no início de julho, após emitir um comunicado de inadimplência ao insolvente fundo de hedge Three Arrows Capital, sua ação despencou e foi removida das plataformas.
A Alameda Research, de Bankman-Fried, que estendeu uma linha de crédito de US$ 500 milhões à Voyager, deve US$ 377 milhões à credora.
Algumas semanas após o início do processo de recuperação judicial, a FTX propôs um acordo de resgate que a credora chamou de “oferta baixa de resgate fingindo ser um cavaleiro salvador”. Na semana passada, a empresa recebeu aprovação para devolver US$ 270 milhões a seus clientes afetados.
Até agora, a Alameda estendeu US$ 70 milhões da linha de crédito à Voyager — a quantia que Bankman-Fried afirmou que foi “jogada fora”.
“A forma como estruturamos [o resgate] foi basicamente [pensando que] existem US$ 70 milhões que sabíamos que provavelmente nunca veremos novamente”, explicou ele ao Decrypt. “Não estamos nos sentindo muito confiantes [de que vamos] pegar esse dinheiro de volta.”
Bankman-Fried está bem mais otimista com a forma como as coisas aconteceram com a BlockFi, onde a linha total de crédito agora é de US$ 680 milhões e inclui a opção de a FTX adquirir a BlockFi a um preço variável de até US$ 240 milhões com base em “gatilhos de desempenho”, conforme explicado pelo CEO da BlockFi, Zac Prince, via Twitter no início de julho.
Yesterday we signed definitive agreements, subject to shareholder approval, with FTX US for:
— Zac Prince (@BlockFiZac) July 1, 2022
1. A $400M revolving credit facility which is subordinate to all client funds, and
2. An option to acquire BlockFi at a variable price of up to $240M based on performance triggers.
“Fomos capazes de os levarmos a um patamar onde ficassem realmente fortes, a partir de uma perspectiva de balanço patrimonial, onde são capazes de continuar operando a todo o vapor com muito capital em excesso para ativos de clientes”, explicou ele. “E não há contágio, pois não há brechas para início de conversa.”
Os dois acordos feitos por Bankman-Fried, com a BlockFi e Voyager, aconteceram após contatar muitas outras empresas cripto em apuros e descobrir que muitas não estavam dispostas ou eram incapazes de participar de tais acordos, segundo Bankman-Fried.
“De todos esses socorros que tentamos, entramos em contato com todo mundo que podíamos no ecossistema e perguntamos: ‘Ei, vocês estão interessados em trabalhar conosco nisso?’”, explicou Bankman-Fried.
“E, no geral, ‘Não’ foi a resposta, ou um ‘Sim’, seguido de ‘Espera… Parece que pode haver uma brecha no balanço patrimonial e talvez houve uma má administração’. E ficamos meio… ‘Não sei o que você estava esperando, cara’.”
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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