O bilionário Elon Musk, dono do Twitter e da Tesla, está iniciando os processos nos EUA para requisitar uma licença que autorize a rede social a realizar pagamentos digitais. A informação é de reportagem publicada nesta segunda-feira (30) pelo jornal Financial Times.
Segundo o jornal, Musk encarregou uma alta executiva da plataforma de mídia, chamada Esther Crawford, de liderar o processo de criação de uma divisão de pagamentos digitais dentro do Twitter.
Inicialmente, o sistema de pagamentos seria focado em moedas fiduciárias, de acordo com o Financial Times. No entanto, ele já teria embutido em seu design a previsão de que possa ser ampliado para trabalhar com criptomoedas e blockchain em um segundo momento.
Hoje, o Twitter já possui suporte cripto, mas feito através da rede Lightning. Também permite que Tokens Não Fungíveis (NFTs) sejam usados como avatares. Mas a expectativa da comunidade de uma ampliação em larga escala do sistema vem desde que Musk adquiriu a plataforma de mídia social US$ 44 bilhões em outubro de 2022.
O objetivo do empresário é que, no futuro, essa unidade possa se transformar numa das principais geradoras de caixa para a companhia. A receita do Twitter com publicidade, que já chegou a superar US$ 5 bilhões por ano, recuou após as controvérsias do bilionário à frente da empresa.
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Todo o processo está dentro da estratégia de Musk de transformar o Twitter em um “super aplicativo”, com outras funcionalidades para além da troca de mensagens.
O criador da Tesla já declarou seu objetivo de que o Twitter possa ser um “aplicativo de tudo”, incluindo vários tipos de serviços financeiros como transações P2P, carteiras, contas e suporte a cartões de crédito e débito
Elon Musk e Dogecoin
A notícia de que o futuro sistema de pagamentos do Twitter não deve incluir criptomoedas inicialmente parece ter afetado a cripotomoeda Dogecoin (DOGE), que iniciou uma trajetória de baixa. O token aponta queda superior a 2% na última hora.
Em junho de 2022, mensagens vazadas já sugeriam que Musk havia planejado construir um sistema de pagamento no Twitter, e muitos especularam que usaria dogecoin, uma vez que era a criptomoeda favorita de Musk. Musk teria colocado esses planos em espera depois de concluir a compra do Twitter.
Apesar do amor de Musk pela Dogecoin, sua empresa Tesla ainda não investiu na moeda meme, apesar de deter alguns bilhões em Bitcoin.
Durante a batalha legal para comprar o Twitter, várias mensagens foram reveladas entre Musk e personagens importantes da tecnologia, incluindo Jack Dorsey, Sam Bankman-Fried, o então CEO da FTX, e outros sobre o potencial desenvolvimento e investimento no Twitter.
Musk disse que a oferta de Bankman-Fried de um investimento de US$ 3 bilhões desencadeou seu “Detector de papo furado.”
Muitos questionaram o estilo de liderança de Musk quando se trata do Twitter, incluindo o cofundador da Ethereum, Vitalik Buterin, que apontou a proibição de contas, incluindo uma que rastreia a localização do jato particular de Musk, como uma atitude que colocaria o Twitter em um “caminho para o autoritarismo.”
Elo Musk perde US$ 200 bilhões
Recentemente, Musk, atingiu uma marca inédita: tornou-se a primeira pessoa em todos os tempos a perder US$ 200 bilhões, segundo reportagem da agência de notícias Bloomberg.
O empresário atingiu o auge de sua riqueza em novembro de 2021, quando possuía US$ 340 bilhões e passou boa parte desse tempo no posto de ser humano mais rico do mundo.
No entanto, segundo o ranking feito pela Forbes, Musk ainda tem US$ 146,5 bilhões e está na segunda colocação. Em primeiro aparece o francês Bernard Arnault, dono de um conglomerado de marcas de luxo que tem como carro chefe a Louis Vuitton, com uma fortuna de US$ 182,5 bilhões.
O grande motivo da perda de mais da metade da riqueza de Elon Musk é o fato de as ações da Tesla, que compõe grande parte de sua fortuna, terem caído 65% em 2022 – além dos US$ 44 bilhões gastos na compra do Twitter.