Apesar da queda do Bitcoin (BTC) para a casa dos US$ 60 mil na segunda-feira (24), o mercado pode estar exagerando na visão de que os credores da Mt. Gox vão gerar uma grande pressão de venda. É o que defende Sam Callahan, analista sênior da Swan Bitcoin.
“O impacto no preço do Bitcoin da distribuição de BTC pela Mt. Gox é provavelmente exagerado”, disse Callahan ao CoinDesk. “Os credores que querem vender seu Bitcoin agora tiveram mais de 10 anos para fazê-lo, vendendo seus pedidos de falência a investidores de longo prazo mais convictos.”
“Além disso, a maioria dos credores provavelmente manterá seus bitcoins porque seu custo base é inferior a US$ 700 por Bitcoin”, acrescentou o analista.
Na segunda, enquanto o BTC desabava, a Galaxy Research disse que do total de 141 mil BTC que serão distribuídos, 65 mil serão entregues a credores individuais e outros 30 mil a fundos.
“É razoável supor que a maior parte do BTC recebido pelos fundos que adquiriram créditos de credores será distribuída aos LPs (fundos de longo prazo) em espécie e não vendidos”, disse também Alex Thorn, head de research da empresa.
No início deste mês, quando a Mt. Gox movimentou US$ 9 bilhões em bitcoins no primeiro sinal de que começaria a ressarcir os credores, especialistas já haviam defendido a ideia de que o mercado não deve se assustar e que não há motivos para acreditar em uma pressão vendedora neste momento.
“Seria um momento estranho para vender no início de um mercado altista”, disse Adam Back, CEO da Blockstream Corp., para a Bloomberg. “Por que não esperar um ano ou mais, já que você já esperou 10 anos. Agora, algumas pessoas podem precisar de liquidez, mas acho que isso é uma minoria dos fundos”, completou.
Já Brian Dixon, CEO da Off the Chain Capital, afirmou que pretende vender seus bitcoins, mas que não tem pressa para fazer isso. Segundo ele, após tantos anos e diante do amadurecimento do mercado cripto, hoje faz sentido manter o BTC como reserva de valor até encontrar melhores oportunidades de venda.
A Mt. Gox foi uma das primeiras corretoras de Bitcoin e começou a operar em 2010, criada por Jed McCaleb — que posteriormente ajudou a fundar a Ripple e a Stellar — e vendida para Mark Karpelès em 2011. No seu auge, a Mt. Gox era responsável por cerca de 70% de todas as transações de Bitcoin no mundo.
Porém, tudo veio abaixo em 2014, quando hackers invadiram a plataforma e roubaram 850.000 BTC — equivalente a US$ 450 milhões na época e cerca de US$ 58 bilhões hoje.
O medo de que esse pagamento de credores possa gerar uma inundação de BTC no mercado — o que resultaria em uma pressão de baixa nos preços — levou o Bitcoin a cair forte na segunda, chegando a perder os US$ 60 mil pela primeira vez desde o início de maio.
Nesta terça-feira (25), a maior criptomoeda do mundo esboça uma recuperação, operando em torno de US$ 61.700.
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