A polícia do Rio de Janeiro prendeu na segunda-feira (11) Thiago Júlio Galdino, acusado de participar de um grupo que cometia crimes a mando de Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como o “Faraó do Bitcoin“. As informações são do portal G1.
A ação foi feita pela Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA), que encontrou Thiago no Parque São Bento, em Duque de Caxias, segundo o G1.
Thiago teria participado de homicídios e tentativas de homicídios em 2021 em diversos municípios da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. As vítimas eram concorrentes da GAS Consultoria, pirâmide financeira controlada por Gladson, que tentava eliminar quem pudesse ser uma ameaça ao seu negócio.
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Thiago chegou a ficar preso por dois anos por participação em homicídios e tentativas de homicídios, mas estava respondendo em liberdade. Foi só recentemente que ele teve expedido um mandado de prisão por integrar a organização criminosa liderada por Gladson.
A pirâmide de criptomoedas da GAS movimentou cerca de R$ 38 bilhões, segundo investigações da Polícia Federal e Civil. O Faraó do Bitcoin está preso desde 2021, sendo que desde 2023 está no presídio de Catanduvas, no Paraná. A transferência foi determinada após uma investigação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) mostrar que Glaidson estaria chefiando a quadrilha de dentro da cadeia.
A história do “Faraó do Bitcoin”
A GAS Consultoria, empresa de Glaidson, captava clientes com promessas de rendimentos que supostamente viriam do trade de criptomoedas. Mais tarde, seu modelo de operação de pirâmide financeira desencadeou uma série de investigações pelas autoridades brasileiras. As investigações falam em uma movimentação de R$ 38 bilhões pelo esquema ao longo dos anos.
Glaidson, que ficou conhecido como “Faraó do Bitcoin”, foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 na Operação Kryptos. Na ocasião, outros membros do esquema foram presos, enquanto alguns conseguiram escapar da polícia e fugir do Brasil, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Dias Zerpa, que acabou presa em janeiro de 2024 em Chicago (EUA) por morar ilegalmente no país. Em junho deste ano, Mirelis foi deportada para o Brasil pelos Estados Unidos.
Na ocasião da prisão de Glaidson e demais suspeitos, os agentes da PF e Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.
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Diversas pessoas próximas ao casal confirmam que a divisão de tarefas dentro da GAS era clara: Glaidson lidava com as pessoas e Mirelis com o dinheiro.
Em 2023, a GAS Consultoria fez parte de uma extensa lista de empresas convocadas na CPI das Pirâmides, que também intimou o Faraó do Bitcoin. Em depoimento, o ex-garçom protagonizou uma série de bate-bocas com alguns deputados e chegou a ser chamado por um parlamentar de “um dos maiores bandidos da história do sistema financeiro nacional”.
Além do roubo do dinheiro de milhares de investidores brasileiros pela pirâmide financeira da GAS, o Faraó do Bitcoin também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram áudios obtidos pelas autoridades.
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