Imagem da matéria: Receita de mineração de Bitcoin quebra novo recorde pelo terceiro mês seguido e chega a US$ 919 milhões
Foto: Shutterstock

As receitas dos mineradores de Bitcoin (BTC) atingiram uma nova máxima histórica nesse último mês de maio, quando geraram US$ 919,22 milhões — a conta inclui subsídio de bloco e taxas de rede pagas pelos usuários. Os dados são do The Block Research.

É o terceiro mês consecutivo com os maiores valores desde junho de 2022, quando a atividade gerou US$ 673,72 milhões. Em março deste ano a receita de mineração chegou a US$ 755,41 milhões; logo depois, em abril, o valor foi de US$ 800,4 milhões.

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Algo que parece ter colaborado com a quebra do último recorde foi o aumento significativo da participação das taxas de rede na geração de receita dos mineradores.

O mês de maio viu a maior participação das taxas sobre as receitas totais no período. Com US$ 125,92 milhões recebidos em taxas pelos usuários — equivalente a 13,7% de todas as receitas do mês.

Gráfico de receitas de mineração em alta constante, com pico nas receitas por taxas de rede.
Fonte: The Block Research

Como medida comparativa, os mineradores receberam apenas US$ 23,45 milhões (2,92%) em taxas de rede em abril, dos mais de 800 milhões faturados. A porcentagem de participação das taxas subiu mais de quatro vezes entre um mês e outro.

Parte deste aumento das taxas pode ser explicado pelo aumento, também relevante, do número de transações confirmadas na rede do Bitcoin. Em maio foram realizadas 16,3 milhões de transações — sendo 51% mais do que o observado em abril: 10,73 milhões.

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Aumento do número de transações mensais na rede do Bitcoin. Maio é o melhor mês.

No dia 07 de maio, a blockchain havia superado o recorde em transações em espera na mempool do Bitcoin. Mempool é o espaço virtual de disco onde os envios (ou gastos) de BTC ficam aguardando confirmação dos mineradores.

O evento anterior causou uma explosão nas taxas de rede, para nova alta histórica de US$ 31,14 sendo pagos em média por todos os usuários do BTC para conseguir realizar um envio na blockchain, segundo o Bit Info Charts.

Isso fez com que, pela segunda vez na história do Bitcoin, um minerador lucrou mais com as taxas do que com o subsídio de 6,25 BTC por bloco.

Leia também: Falta um ano para o evento que pode catapultar o preço do Bitcoin

Pressão vendedora dos mineradores segurou o preço do bitcoin?

Segundo reportagem publicada no Coindesk, a prestadora de serviço cripto, Matrixport, emitiu um relatório onde afirma que a alta pressão vendedora observada no Bitcoin para a faixa de preço de US$ 28.000 por BTC em maio é decorrente dos mineradores.

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Matrixport disse que suspeita que os mineradores de bitcoin estão sendo forçados a liquidar qualquer novo estoque produzido porque as margens de lucro foram comprimidas nas últimas semanas, conforme o relatório.

“A mineração tornou-se muito competitiva e, muitas vezes, não lucrativa, devido ao aumento contínuo da dificuldade do minerador de bitcoin”, acrescentou o documento.

A dificuldade de mineração do Bitcoin atingiu – e superou – valores históricos com seu mais recente aumento de 3,4%, realizado na quarta-feira (31). Com o novo ajuste positivo, mineradores de bitcoin agora precisam calcular cerca de 51,23 trilhões de hashes antes de conseguir minerar um bloco válido. A marca de 50 trilhões nunca havia sido superada no passado.

Com isso, fica 3,4% mais difícil minerar um bloco da criptomoeda com sucesso, o que também significa que a atividade de mineração fica 3,4% mais custosa em recursos necessários para obter o mesmo resultado.