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“Quase todos os esquemas de pirâmide” da Rússia estão ligados a criptomoedas, diz Banco Central

Banco Central da Rússia contabilizou 5.735 fraudes financeiras e 2.944 esquemas de pirâmide em 2023, um grande aumento em relação ao ano anterior

Criptomoedas sob bandeira da Rússia

Quase todos os golpes financeiros na Rússia estão agora interligados com criptomoedas, de acordo com um novo relatório emitido pelo Banco Central do país. A instituição governamental afirma que houve um aumento de 15,5% em todas as entidades sinalizadas por atividades ilegais, totalizando 5.735 em 2023.

Particularmente preocupante é o aumento dos esquemas de pirâmide financeira – onde os retornos são pagos aos investidores anteriores a partir de fundos contribuídos por novos investidores – e o papel crescente de criptoativos.

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“Em 2023, quase todos os esquemas de pirâmide e corretores ilegais ofereceram investimentos em tokens internos ou aceitaram contribuições em criptomoeda”, escreveu o Banco Central.

Criptomoeda é um ingrediente atraente dada a promessa de anonimato e transações sem fronteiras. No total, o Banco Central identificou 2.944 casos de “criptopirâmide”, um crescimento de 150% em relação ao ano anterior.

Outras conclusões importantes incluem o aumento de “pseudo-corretores” — entidades que se apresentam falsamente como participantes profissionais no mercado de valores mobiliários —, tais como negociantes de câmbio ilegais que dependem fortemente da criptomoedas para mascarar as suas atividades.

A ascensão das redes sociais como ferramenta de recrutamento de vítimas, juntamente com a menor duração das fraudes, leva a um número crescente de fraudes com uma quantidade decrescente de danos infligidos.

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“Quase 44% dos credores ilegais promoviam os seus serviços apenas através da Internet, sem terem escritórios. Na maioria, usaram páginas e grupos de redes sociais, ou plataformas de anúncios populares, sem criar sites permanentes”, explicou o Banco Central.

O relatório afirma que o BC identificou 1.884 casos de credores ilegais que utilizam estas plataformas para promover os seus serviços.

O Banco Central da Rússia está reagindo. Além de monitorar sistemas para detectar atores ilícitos, a instituição disse que trabalha em estreita colaboração com as autoridades policiais, os reguladores da Internet e o setor financeiro para coibir estas fraudes. Isto inclui o bloqueio de mais de 1.500 sites fraudulentos e a educação dos cidadãos sobre os sinais de alerta de fraude financeira.

As ações de aplicação da lei também foram robustas, com mais de 125 processos criminais e 620 processos administrativos abertos em 2023.

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As estatísticas surgem num momento em que a posição da Rússia em relação às criptomoedas oscila entre a repressão às fraudes e o uso da mesma tecnologia para manobras políticas – nomeadamente para contornar as sanções dos EUA.

A natureza descentralizada das criptomoedas apresenta uma faca de dois gumes, oferecendo tanto um escudo contra sanções transfronteiriças dos governos como fortalecendo uma arma de engano contra os cidadãos comuns.

*Traduzido com autorização do Decrypt.