Polícia sul-coreana quer congelar quase R$ 1 bilhão do projeto Terra

Pequisa mostra que pelo menos 100 mil coreanos mantinham investimento em LUNA antes do derretimento da criptomoeda
Imagem da matéria: Polícia sul-coreana quer congelar quase R$ 1 bilhão do projeto Terra

Foto: Shutterstock

A polícia sul-coreana quer congelar os fundos da Luna Foundation Guard (LFG), a organizadora do ecossistema Terra, responsável pela criptmoeda derretida LUNA e pela stablecoin algorítmica UST. 

De acordo com a emissora KBS, a unidade de investigação de crimes cibernéticos da Polícia de Seul solicitou que todas as corretoras de criptomoedas do país “congelem” os fundos mantidos pela Luna Foundation Guard em suas plataformas. 

Publicidade

Segundo as carteiras divulgadas pela Terraform Labs, a fundação possui atualmente uma reserva de US$ 203,5 milhões – equivalente a R$ 974 milhões pelo câmbio atual – em criptoativos, composta na sua maior parte por UST (61,5%), seguido de AVAX (27,7%), BNB (6,3%) e BTC (4,5%).

No entanto, não é possível o concluir quanto desse montante está efetivamente nas corretoras locais do país. Também não há detalhes sobre o destino das criptomoedas que vierem a ser congeladas.

Pedido de cooperação

A KBS afirma que a intimação da polícia coreana não é uma ordem judicial, e sim um pedido de cooperação, que cada exchange pode decidir atender ou não. 

Para entender as operações da Terraform Labs e de seu fundador, Do Kwon, o governo da Coreia do Sul chegou a reativar uma antiga agência de inteligência, especialmente para investigar o caso.

Publicidade

A agência, chamada ‘Yeouido Grim Reaper’, que estava desativada há cerca de dois anos, é especializada em explorar a atuação irregular de empresas do mercado financeiro.

Contudo, Do Kwon está confiante de que não vai sofrer qualquer tipo de represália no seu pais natal, ao afirmar morar em Singapura. Ele também fechou a subsidiária da Terraform Labs na Coreia do Sul poucos dias antes do colapso da Luna.

O número de coreanos atingidos

Uma pesquisa da agência governamental sul-coreana Financial Intelligence Unit (FIU), divulgada nesta quarta-feira (24) pelo Yonhap News, mostrou que pelo menos 100 mil investidores no país tinham cerca de 3,17 milhões de tokens LUNA antes do colapso da criptomoeda.

A curiosidade aqui é que, após a moeda ir a zero, o número de detentores aumentou para 280 mil, um sinal de que muitos aproveitaram a queda para lucrar com as flutuações de preço no curto prazo, na esperança de que a moeda voltasse a subir.

Publicidade

A Luna, no entanto, não mostra qualquer indício forte de recuperação. Nas últimas 24 horas, a moeda caiu mais 7,2% e é negociada nesta terça a US$ 0,00016, segundo o CoinGecko. Na semana, a queda da Luna aumenta para 16% e, no mês, a desvalorização é de quase 100%.

Embora alguns traders possam aproveitar o momento, quem confiou no sucesso do projeto não se conforma com o que aconteceu nas últimas semanas.

Um investidor que perdeu o equivalente a US$ 2,3 milhões com a queda da Luna está sendo investigado por supostamente ter tentado invadir a casa que Do Kwon tem na Coreia do Sul.

Ele teria afirmado que buscava um pedido de desculpas do criador da Luna para os “mais de 200 mil investidores que perderam suas economias”.