Pioneiro do Bitcoin, que dizia ter um milhão de BTCs, morre em praia da Costa Rica

Mircea Popescu tinha 41 anos e criou uma corretora de criptomoedas em 2012
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Mircea Popescu. Foto: Reprodução

O controverso evangelista do Bitcoin Mircea Popescu, 41 anos, morreu no dia 23 de junho ao se afogar no mar da praia de Puntarenas, na Costa Rica. A informação foi repassada pela Agência de Investigação Judicial do país a veículos locais.

De acordo com as autoridades, Popescu, que alegou em vida ter 1 milhão de Bitcoins, saiu para nadar em um lugar impróprio e acabou sendo arrastado pelas correntezas. Paramédicos tentaram reanimá-lo após ser retirado da água, mas ele não apresentava mais sinais vitais.

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Visto como um herói por muitos fãs da criptomoeda, Popescu fundou uma exchange chamada MPEx em 2012, na Romênia, onde nasceu

Ele ganhou admiração porque em 2014 negou à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) — que abriu um procedimento para investigar a MPEx e o site de jogos de azar SatoshiDice — informações sobre seus usuários, conforme reportou o CoinDesk naquele ano.

“Como você (referência a pessoa que mandou e-mail) está solicitando informações privadas, terá que estabelecer suficientemente sua autoridade para fazê-lo, o que inclui superar desafios específicos de jurisdição que em um exame superficial parecem impedir a instituição à qual você afirma estar associado de fazer essas solicitações específicas”, afirmou para o temido regulador americano.

Popescu também escrevia sobre Bitcoin em seu blog, chamado Trilema. No espaço, ele defendia o ativo como um evangelista:

“O Bitcoin não está aqui para você opinar sobre ele. O Bitcoin está aqui para mudar profunda e muitas vezes dolorosamente sua vida. Quer você concorde ou não, dê permissão ou não, quer você pense que é ‘aceitável’ ou ‘exigido’ ou qualquer outra coisa. Ninguém perguntou a você”.

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Apesar da defesa, Popescu também usava o blog para falar de sua vida sexual não convencional – com direito a supostas escravas sexuais — e publicar textos preconceituosos, como disse o editor da Bitcoin Magazine, Peter Rizzo, em texto divulgado nesta segunda-feira (28).

“Os comportamentos, então uma novidade, dariam o tom para o que se tornaria a assinatura de Popescu — uma marca agressiva de evangelismo Bitcoin sem remorso que fez sua influência durar apesar de casos documentados de sexismo, intolerância e anti-semitismo”.

Ripple, pirâmides e desenvolvedores de Bitcoin

Popescu também ganhou fama porque foi um dos primeiros a criticar a Ripple, empresa por trás do XRP. A companhia está no meio de um embate jurídico com a SEC por levantar mais de US$ 1,3 bilhão com a venda da criptomoeda em ofertas de títulos não registrados.

Desde o início da história do BTC, o evangelista também apontava o dedo para pirâmides financeiras associadas ao setor, como a Bitcoin Savings & Trust, e criticava abertamente os desenvolvedores do BTC, como Gavin Andresen.

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“Os autointitulados ‘desenvolvedores’ são, em geral, um bando de crianças retardadas em busca de ‘projetos sensuais’”, escreveu ele em seu blog em 2015.

Desagradável, mas me esinou bastante, diz fã

No Twitter, fãs comentaram a morte do evangeslita controverso. “Mircea Popescu parece estar morto. O maximalista do Bitcoin, original e gênio do mal. Com certeza uma das pessoas mais fascinantes do Bitcoin”, escreveu um usuário identificado como Alex Waltz.

O entusiasta Riccardo Spagni disse que apesar de Popescu ter sido um ser humano desagradável, ele o ensinou bastante sobre a criptomoeda.