Imagem da matéria: Oposição na Venezuela é impedida de usar Bitcoin para pagar funcionários da saúde
(Foto: Shutterstock)

Milhões de dólares destinados a ajudar profissionais de saúde na Venezuela não podem entrar no país porque a bolsa de criptomoedas que ajuda o projeto foi bloqueada.

Uma iniciativa foi lançada na semana passada pelo principal líder da oposição, Juan Guaido, para destravar fundos congelados do governo venezuelano e transferi-los para o país sul-americano. O projeto, Heroes of Health, espera enviar US$ 17 milhões a 62.000 profissionais de saúde mal pagos em uma tentativa de ajudá-los a combater a disseminação do COVID-19.

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Mas a corretora que deveria ajudar na movimentação de fundos, a AirTM, disse que o projeto está tendo dificuldades para operar porque os usuários não conseguem acessar o site, de acordo com uma reportagem da Associated Press.

AirTM usa uma carteira digital conectada a bancos e blockchains para enviar dinheiro para o exterior e tornou-se popular na Venezuela – que tem a inflação mais alta do mundo – nos últimos anos, à medida que as pessoas tentam obter dólares ou criptomoedas no país.

A corretora está bloqueada no país desde 2018, mas os usuários encontraram formas de utilizá-la, principalmente com VPNs.

Agora, porém, quando é mais necessário, os profissionais de saúde estão enfrentando dificuldades para acessá-la.

A empresa agora criou um novo site com um endereço diferente para ajudar os profissionais de saúde a acessar os fundos, informaram os cidadãos venezuelanos ao Decrypt.

Guaido – que é reconhecido como o presidente legítimo da Venezuela por vários países – ontem compartilhou informações no Twitter para tentar ajudar as pessoas a ter acesso ao dinheiro.

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Os EUA congelaram no ano passado ativos do governo venezuelano na tentativa de pressionar o presidente Nicolas Maduro, que não reconhece como o líder legítimo do país.

A Venezuela, que dependia das exportações de petróleo para impulsionar sua economia, está sofrendo uma grave crise financeira com a queda dos preços globais do petróleo. Mais de 5 milhões de pessoas fugiram do país desde 2015 – principalmente para as nações vizinhas da América Latina – e o país foi afetado de maneira particularmente dura pela pandemia do coronavírus.

*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt.co