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O que é Bitcoin, a maior criptomoeda do mundo?

Entenda como surgiu o Bitcoin, seu funcionamento, quem o criou e para que serve a maior criptomoeda do mundo

moeda de bitcoin desfocada
Shutterstock

O Bitcoin (BTC) é a primeira criptomoeda do mundo, lançada em 2009 por um criador cuja identidade permanece desconhecida. Ele solucionou um desafio que até então permanecia sem resposta: permitir a transferência de dinheiro pela internet sem depender de intermediários centralizados, como bancos ou instituições financeiras.

Com o passar dos anos, o Bitcoin deixou de ser um projeto de nicho e ganhou popularidade global, principalmente por sua valorização estratosférica. Em agosto de 2025, por exemplo, um único Bitcoin vale mais de R$ 600 mil.

Essa valorização fez até mesmo investidores tradicionais — antes bastante céticos quanto à revolução proposta pelo Bitcoin — darem o braço a torcer e investirem pesado no ativo. Hoje, ele é visto menos como um meio de pagamento e mais como uma espécie de “ouro digital”, uma reserva de valor.

Isso porque seu código determina que só existirão 21 milhões de unidades de Bitcoin no mundo. Em um cenário em que bancos centrais podem imprimir dinheiro à vontade, o Bitcoin se destaca justamente por sua escassez imutável.

Confira abaixo mais sobre a origem do Bitcoin, como ele surgiu, seu funcionamento, entre outras explicações da principal e primeira criptomoeda do mundo.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin é uma moeda digital descentralizada, que permite que pessoas tranfiram dinheiro pela internet de forma direta, sem a necessidade de intermediários, como bancos. Todas as transações são registradas em uma rede pública chamada blockchain.

Diferente das chamadas moedas fiduciárias, como dólar e real, que são emitidas por um banco central, o Bitcoin é descentralizado. Isso significa que não existe uma pessoa ou entidade que controle o ativo, muito menos um governo.

O histórico de transações de Bitcoin fica salvo para sempre na blockchain, que serve como livro contábil digital onde ficam registradas todas as operações feitas com a criptomoeda, tanto valores como endereços das carteiras que fizeram a transferência. A blockchain é um sistema imutável e aberto, o que o torna seguro e transparente.

Quem criou o Bitcoin?

Não se sabe exatamente quem criou o Bitcoin. Existe apenas um pseudônimo, Satoshi Nakamoto, que recebe o crédito, mas não se sabe se é uma pessoa ou um grupo.

Leia também: Quem é Satoshi Nakamoto, o misterioso criador do Bitcoin?

Nakamoto é o nome de quem publicou o whitepaper do Bitcoin, o documento em que está explicado o funcionamento e a teoria por trás da criptomoeda. A ideia era produzir uma moeda independente de qualquer autoridade central, transferível eletronicamente, com taxas de transação muito baixas que operações existentes até então.

Como se criam novos bitcoins?

Enquanto o dinheiro fiduciário precisa ser impresso por um banco central ou entidade do governo, o Bitcoin é criado a partir do processo de mineração, em que a própria comunidade de usuários ajuda a proteger a rede e validar as operações. Para fazer isso, o usuário deve “emprestar” seu poder computacional à rede e, em troca, é recompensado com os novos bitcoin gerados.

Na mineração, computadores espalhados ao redor do mundo competem para resolver problemas matemáticos, um processo chamado de Proof of Work (prova de trabalho, em português).

O primeiro minerador que completar o problema matemático fecha um bloco da rede, onde estão registradas as operações confirmadas com bitcoins. Com isso, aproximadamente a cada 10 minutos, um novo bloco é adicionado à rede do Bitcoin. Esses blocos são conectados entre si, formando um histórico contínuo de transações — o que dá origem ao nome do sistema blockchain, que significa “cadeia de blocos”.

Quando um desses blocos é completado, o minerador responsável por ele recebe como recompensa novos bitcoins. Em 2009, no surgimento da criptomoeda, eram pagos 50 BTC por bloco, mas essa recompensa diminui pela metade a cada 210 mil blocos completados, ou seja, a cada 4 anos.

Com isso, a recompensa que começou em 50 BTC, caiu para 25 BTC em 2012, 12,5 BTC em 2016, 6,25 BTC em 2020 e 3,125 BTC em abril de 2024, sendo esse último a recompensa paga atualmente por cada bloco de Bitcoin. Esse processo de redução da recompensa é conhecido como halving.

Além desse modelo de criação de novas unidades, Satoshi também definiu um limite máximo de 21 milhões de bitcoins que poderão ser minerados. No atual ritmo e com o halving, a expectativa é que o último Bitcoin seja minerado por volta do ano 2140.

Para que serve o Bitcoin?

O Bitcoin foi criado originalmente como um meio de pagamento — seu primeiro e mais fundamental caso de uso. Por isso, o Bitcoin pode ser utilizado como dinheiro, permitindo a realização de compras tanto no ambiente digital quanto no mundo físico. Hoje, já existem cartões cripto que convertem automaticamente o saldo em BTC para a moeda local no momento da transação, facilitando o uso do ativo no dia a dia.

No entanto, a valorização do Bitcoin fez com que muitas pessoas relutassem em usá-lo como dinheiro no dia a dia. Com isso, o Bitcoin passou a ser usado principalmente como investimento. Por ser negociado em mercados abertos e ter um limite fixo de emissão, seu preço tende a subir à medida que a demanda aumenta.

Por isso, o Bitcoin se tornou uma reserva de valor, ganhando o apelido de “ouro digital”. Como ele é escasso, ou seja, nunca irá existir mais de que 21 milhões de unidades, e por não ter interferência de bancos e governos, seus defensores acreditam que ele ajuda a proteger as reservas de seus usuários contra inflação e outros efeitos macroeconômicos.

Hoje, é possível realizar compras diretas de Bitcoin por meio de exchanges brasileiras, como o MB | Mercado Bitcoin, ou fundos de investimento e ETFs que são negociados na Bolsa de Valores e possuem exposição ao preço da criptomoeda.

Por fim, também serve como uma reserva de valor para que as pessoas guardem os ativos em carteiras e fujam de impactos econômicos, intervenções de governos e inflação, mantendo o poder de compra do seus ativos.