O estado da indústria de criptomoedas em meio ao coronavírus

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Não há dúvidas sobre o efeito devastador que o novo coronavírus está causando em todo o mundo, a exemplo da situação crítica em que se encontra hoje a Itália.

Desde meados de março, os mercados financeiros globais, incluindo os mercados de blockchain e criptomoeda, tentam se recuperar dos efeitos causados pelo coronavírus.

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Embora tenha havido progresso relativo nos últimos dias, o status atual dos mercados de criptomoedas ainda é consideravelmente inferior em comparação com os níveis atingidos em fevereiro. 

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Atualização sobre o coronavírus 

No momento em que este artigo foi escrito, de acordo com Wordometer, uma plataforma que monitora as informações associadas ao coronavírus, cerca de 600.000 pessoas foram infectadas.

Destes, tivemos aproximadamente 26.000 fatalidades e outras cerca de 130.000 estão completamente recuperadas.

Embora o número de novos casos tenha diminuído na China, país em que foi identificado o primeiro caso, a taxa de novas infecções está aumentando em outros países, como é o caso da Itália.

Para lidar com a situação, a maioria dos países decidiu minimizar o fluxo de pessoas. Há, ainda, nações que adotaram um isolamento total da sua população, bem como o fechamento de fronteiras.

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Isto tem um impacto significativo no setor de criptomoedas. As expectativas a curto prazo estão obscurecidas pelo clima de incerteza.

É redundante afirmar que o mercado de criptomoedas ainda esteja sofrendo com os efeitos da declaração da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Impacto do coronavírus nas criptomoedas

A capitalização do mercado foi reduzida pela metade depois de perder mais de US$ 150 bilhões em apenas alguns dias. Isso repercutiu diretamente no valor do Bitcoin, o qual registrou um forte declínio de cerca de 40% em um dia.

No entanto, a perda de valor não se restringiu apenas ao Bitcoin. Quase todas as moedas digitais sentiram o efeito negativo da pandemia — a maioria perdeu 50% ou mais de seu valor. 

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Embora tenha se observado sinais de recuperação nos últimos dias, as perspectivas a curto e longo prazo estão ofuscadas por essa situação inédita.

Plataformas de troca

Semelhante às criptomoedas, as exchanges, que são as plataformas de troca, também estão sentindo os efeitos da nova pandemia do coronavírus.

Normalmente, o aumento da volatilidade significa um aumento nos volumes de negociação. Embora isso possa parecer uma boa notícia, a realidade é que o preço de todas as moedas digitais têm caindo violentamente.

O atual panorama ecoou negativamente nos fundos da rede de segurança de algumas das bolsas incluindo, inclusive, as mais conhecidas. 

Para colocar isso em perspectiva, é vital destacar uma das principais diferenças entre as trocas convencionais e as que atendem ao setor de criptomoedas.

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Essencialmente, as bolsas tradicionais implementam disjuntores que acionam interrupções nas negociações durante períodos de grave volatilidade descendente, permitindo que os investidores reexaminem a situação e reajam adequadamente.

Em contraposição, as trocas de criptomoedas não possuem esses mecanismos. Isso resultou em perdas substanciais pela maioria dos participantes do setor após o declínio de 40% no valor do Bitcoin em 13 de março de 2020. 

No entanto, em meio a essa conjuntura, um ponto positivo é o novo recurso lançado para proteger os comerciantes cuja função é justamente atuar como os disjuntores convencionais do mercado de ações.

Fica clara a influência que a crise atual advinda da pandemia do coronavírus teve sobre essa indústria, inspirando a utilização de um recurso anteriormente não praticado nos mercados de criptomoedas.

Capital de risco

Por fim, todos concordamos que o capital de risco é possivelmente a espinha dorsal do setor de criptomoedas.

Os capitalistas de risco e as empresas investem dinheiro em projetos promissores que, por sua vez, impulsionam toda a indústria. 

É natural que o capital de risco seja limitado em um momento como este. Afinal, o mercado perdeu bilhões de dólares com sua capitalização desde que os projetos líderes do setor viram seu valor cair pela metade. 

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O que vem por aí?

Embora este seja um momento crítico e sem precedentes, ele também oferece a oportunidade de aprender lições vitais que moldarão o caráter da atual geração de criadores e a indústria como um todo, desde que o mercado sobreviva à crise vigente.

Na minha opinião, se todas as partes interessadas conseguirem enfrentar a pandemia causada pelo vírus COVID-19 e obterem sucesso, o setor como um todo emergirá mais enxuto e com maior força em seu esforço para se tornar uma alternativa viável aos mercados financeiros tradicionais. 

Sobre o autor

Fares Alkudmani é formado em Administração pela Universidade Tishreen, na Síria, com MBA pela Edinburgh Business School, da Escócia. Desde janeiro de 2019, atua na empresa de criptomoedas Changelly como gerente geral para a América Latina.