Mineração
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Uma empresa de mineração de carvão revelou que vem minerando Bitcoin discretamente há mais de três anos.

A Alliance Resource Partners, listada na bolsa de valores NASDAQ sob o código ARLP, divulgou a iniciativa cripto durante sua reunião de demonstração de lucros do primeiro trimestre.

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“Foi apenas uma oportunidade que vimos devido ao fato de termos excesso de energia em nossas operações de mineração”, disse Cary Marshall, vice-presidente sênior e diretor financeiro da Alliance, de acordo com uma  transcrição da chamada publicada na segunda-feira (29).

A busca por uma maneira de monetizar esses recursos sobressalentes levou a empresa a comprar equipamentos de mineração de Bitcoin em 2020 e 2021, durante um dos maiores períodos de crescimento de preços na história da criptomoeda.

Hoje, disse Marshall, a empresa sediada em Boulder, Colorado, possui 425 BTC em seu balanço, no valor de US$ 25 milhões (R$ 130 mi) no momento em que este artigo foi escrito. A ARLP tem uma capitalização de mercado de US$ 2,8 bilhões, um aumento de 6% nos últimos cinco dias de negociação.

A divulgação significa que a Alliance está envolvida com o Bitcoin há quase tanto tempo quanto a MicroStrategy, a maior detentora de Bitcoin do mundo, que comprou seu primeiro BTC em agosto de 2020.

“Na verdade, não estamos comprando Bitcoin ou algo do gênero”, esclareceu Marshall. “Estamos minerando o Bitcoin associado a essas mineradoras que temos.”

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As alegações de Marshall são apoiadas pelo relatório 8K do primeiro trimestre da empresa apresentado à SEC, que diz que ela detinha US$ 30,3 milhões em “ativos digitais” em seu balanço patrimonial.

Minerando Bitcoin com energia excedente

A adoção do Bitcoin pela Alliance é um exemplo de como a mineração de BTC pode beneficiar o setor de energia em geral, embora por meio de uma fonte não renovável. A mineração de moeda digital não depende de localização e é dinâmica o suficiente para ser rapidamente reduzida quando as condições de mercado se tornam desfavoráveis, o que a torna um meio flexível de resposta à demanda.

“A incursão da Alliance Resources na mineração de Bitcoin é um passo lógico, considerando a capacidade do processo de aproveitar a eletricidade subutilizada e suas vantagens econômicas”, disse Nishant Sharma, fundador da empresa de pesquisa de mineração cripto BlocksBridge, ao Decrypt.

“Com o tempo, prevemos o surgimento de mais projetos-piloto de mineração de Bitcoin iniciados por outras empresas de energia de destaque”, acrescentou Sharma.

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A Alliance alegou que seus mineradores estão utilizando “carga de eletricidade já paga, porém subutilizada”, o que implica que a empresa não está queimando carvão adicional apenas para minerar mais BTC. No entanto, alguns acham que a revelação da Alliance ainda pode ser uma má imagem para o Bitcoin, que tem sido criticado por organizações sem fins lucrativos e reguladores por poluir o meio ambiente.

O cofundador da CH4 Capital, Daniel Batten, disse que está hesitando em tirar conclusões precipitadas sobre a empresa até realizar mais pesquisas, mas admitiu que o envolvimento da Alliance “não ajuda” a causa dos ambientalistas pró-Bitcoin.

“Suspeito que a nuance será perdida, dado o baixo padrão de análise sobre o impacto ambiental do Bitcoin pelo GPUS e por muitos meios de comunicação tradicionais até o momento”, disse Batten.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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