Mais de 1.000 bitcoins minerados nos primórdios da criptomoeda mais famosa do mundo foram movimentados esta semana, indo parar em mesas de negociação (OTC) e serviços de custódia, segundo dados da empresa de análise on-chain CryptoQuant, divulgados no CoinDesk.
Esse é um dos casos raros em que Bitcoin (BTC) da chamada “era Satoshi” foi transferido entre carteiras. Essa era se refere ao período em que o pseudônimo criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, esteve ativo em fóruns on-line, entre o final de 2009 até 2011.
Os tokens foram movimentados no dia 4 de dezembro e tinham sido transferidos pela última vez há 13 anos, entre agosto e novembro de 2010, dados como recompensas pela mineração de blocos, a um custo estimado de US$ 100 em época. Hoje, esses bitcoins valem cerca de US$ 40 milhões nos preços atuais do Bitcoin.
A CryptoQuant aponta que o endereço 35BRV3y2tEJNCHbmVtAe3kXNckYgu8X7av foi o responsável por receber 999,99 BTC em uma única transação e os enviou para diversos outros endereços após a recepção. Os ativos transferidos acabaram sendo consolidados no endereço 1CzBL1pEudgqeTtoyPLtrVQHo7nYAZxmKZ, que agora detém um saldo de 1.028 BTC.
“Devido aos padrões de transação do endereço de recebimento, existe a possibilidade de o bitcoin ter sido enviado para um serviço de balcão ou de custódia”, disseram os analistas do CryptoQuant.
Bitcoins antigos em movimentação
Apesar de raro, desde o ano passado tem sido registrado alguns movimentos de bitcoins da “era Satoshi”. Em agosto de 2022, 50 BTC parados há 12 anos foram transferidos, enquanto mais recentemente, em maio, outros 139 BTC também tiveram movimentação.
Mesmo assim, essas transferências costumavam ser de quantias menores, não passando muito de 100 BTC. Porém, em julho deste ano, uma carteira inativa há 11 anos transferiu US$ 30 milhões em tokens para outros endereços.
Já em agosto foram 1.005 BTC transferidos, uma movimentação que coincidiu com uma nova onda de otimismo sobre a maior criptomoeda do mundo, que tem renovado suas máximas em mais de um ano e acumula uma valorização de mais de 100% em 2023.
Esse bom humor é reflexo da expectativa por uma série de eventos que devem puxar o preço do Bitcoin para cima nos próximos meses, em especial a provável aprovação de um ETF de Bitcoin à vista pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), além da projeção de corte de juros nos EUA — que favorece ativos mais arriscados como criptomoedas —, além do halving, evento que reduz a recompensa dos mineradores.
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