A carteira de criptomoedas MetaMask deu um passo importante para se consolidar como uma plataforma verdadeiramente multichain. A empresa anunciou o lançamento das chamadas “Contas Multichain”, uma atualização que permite que um único perfil na carteira administre endereços em diferentes blockchain, incluindo cadeias compatíveis com EVM (como Ethereum), Solana e, em breve, a rede Bitcoin.
Até então, os usuários que utilizavam redes não-EVM precisavam criar contas separadas para cada organização de rede, como por exemplo, uma conta para Ethereum, outra para Solana. A nova estrutura unifica essa gestão: cada conta passa a agrupar endereços de diferentes redes, simplificando a navegação, diminuindo a alternância entre redes e aumentando a clareza no controle de ativos.
Conforme comunicado da MetaMask: “uma única conta pode incluir endereços para Ethereum, redes de camada 2 EVM, Solana e, em futuras atualizações, Bitcoin”.
A empresa informa que todos os endereços previamente criados permanecem acessíveis, e que os endereços de EVM e Solana serão automaticamente pareados de acordo com a ordem cronológica de criação. Se o usuário tiver mais endereços em Solana do que em redes EVM, a MetaMask criará novos endereços EVM para “combinar” e vice-versa, garantindo que cada “Conta Multichain” agrupe um par.
Essa mudança se apoia no padrão técnico BIP‑44, que permite que carteiras derivem e organizem várias contas a partir de uma única frase de recuperação, uma base que facilita a estrutura multichain.
Além de simplificar a experiência do usuário, com menos contas para gerenciar e menor alternância entre redes, a MetaMask destaca melhorias de desempenho, como um aumento de cerca de 30 vezes na velocidade de carregamento de ativos para o usuário após a atualização.
A compatibilidade atual inclui redes EVM como Ethereum, além de redes de segunda camada e outras compatíveis com EVM (como Linea, Arbitrum, Base) e Solana. O suporte para Bitcoin, Tron e outras está “a caminho”.
Vale notar que para carteiras físicas (hardware wallets) a situação é diferente. Como o suporte a Solana ainda não foi implementado nessas carteiras dentro da MetaMask, os perfis em hardware continuam restritos a redes EVM dentro da nova estrutura multichain.
Criptomoeda da MetaMask
Em paralelo a esse lançamento, a organização-mãe da MetaMask, ConsenSys, tem sinalizado avanços também em sua estratégia de tokenização do produto. O CEO da ConsenSys, Joseph Lubin, afirmou que a tão aguardada criptomoeda nativa da MetaMask — com o símbolo provisional MASK — está “chegando, talvez mais cedo do que você espera”.
Como noticiado anteriormente, o token MASK pode vir a exercer funções de governança, recompensas aos usuários e incentivos no ecossistema MetaMask/ConsenSys, com integração planejada entre MetaMask, Linea e outras plataformas da empresa.
Para muitos usuários, o conjunto dessas atualizações representa um movimento estratégico para consolidar a MetaMask como uma porta de entrada mais ampla para o universo Web3: não mais apenas uma carteira Ethereum, mas um hub multirrede, pronto para o futuro das criptomoedas. A unificação de endereços, o suporte ampliado de redes e a perspectiva de token próprio podem abrir novos modelos de uso e monetização na plataforma.
Ao mesmo tempo, ficam os desafios, já que a MetaMask precisa garantir que conduza essa transição de modo seguro, especialmente para evitar confusões ou riscos de fraude. De fato, no site de suporte há avisos claros sobre pré-vendas de tokens fraudulentas e instruções de cautela para os usuários.
Com a atualização de Contas Multichain e a iminência do token MASK, a MetaMask sinaliza que está evoluindo para uma nova fase, mais interoperável, mais conectada e potencialmente mais participativa. Resta acompanhar como os usuários adotarão essa nova estrutura e qual será o impacto real na experiência e na segurança da carteira.
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