Imagem da matéria: Mantenedor do Bitcoin.org precisa revelar identidade para evitar multa de R$ 3,4 milhões, diz juiz 
NFT nº 4.278 da coleção Satoshibles, baseada em uma foto de um senhor japonês que foi associado com Satoshi Nakamoto, o anônimo criador da rede Bitcoin (Foto: Reprodução OpenSea/Satoshibles)

O australiano Craig Wright, que falsamente se autoproclama o criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto, está novamente nas manchetes do universo cripto. Desta vez, a Alta Corte de Londres decidiu em seu favor: o tribunal disse que o mantenedor do site Bitcoin.org só pode protestar legalmente contra o empresário se abrir mão do anonimato. As informações são do portal CoinDesk

O caso envolve um pedido de Wright, que é cientista da computação, para que o site Bitcoin.org pague uma indenização por publicar o white paper do Bitcoin. O autor da ação alega que é o criador do BTC e responsável pelo documento e que não deu autorização para a publicação — essa afirmação não tem nenhuma credibilidade e é levada até mesmo como piada na comunidade. 

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Quem responde pela ação é a pessoa que trabalha na manutenção do site Bitcoin.org e que se mantém anônimo. Ele é conhecido como Cøbra. 

Em um primeiro momento, Cøbra não foi presencialmente no dia de julgamento do caso. Sua ausência fez o juiz determinar que o site tirasse o white paper do ar, coisa que ainda não foi feita.

Depois, Craig Wright passou a cobrar R$ 3,4 milhões por supostas despesas legais com o processo. Cøbra tentou recorrer, mas a corte de Londres afirma que para levar em conta os argumentos, o responsável pelo Bitcoin.org precisa revelar sua identidade. 

O juiz Richard Smith disse que existem ocasiões em que o anonimato pode ser mantido em um processo judicial, como em ameaça à vida da pessoa. Mas ressaltou que isso não se aplica nesse caso. 

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“Não apenas é impraticável como ameaça o princípio da Justiça natural”, disse o magistrado sobre a possibilidade de Cøbra se manter anônimo para o público, para a corte e também para o autor da ação. 

Saga nos tribunais

Craig Wright vem passando por uma saga nos tirbunais mundo afora.

No final de julho, o Superior Tribunal de Justiça da Inglaterra e País de Gales decidiu que ele deverá depositar em juízo cerca de R$ 2,5 milhões (400 mil libras esterlinas) para continuar sua batalha judicial de propriedade intelectual no Reino Unido contra as corretoras de criptomoedas Coinbase e Kraken.

Além disso, Wright também perdeu o recurso que movia contra a decisão inicial de um processo de difamação que moveu contra o bitcoiner e podcaster Peter McCormack, devido a uma postagem em rede social.

Em agosto do ano passado, o juiz Martin Chamberlain entendeu que havia evidências falsas por parte de Wright, e apenas concedeu a ele 1 libra esterlina (cerca de R$ 6) em indenização.

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Craig Wright também responde a um processo na Flórida (EUA) acerca do espólio do americano Dave Kleiman, falecido em 2013, que foi seu sócio na W&K Info Defense and Research LLC, uma empresa de soluções para mineração de Bitcoin fundada em 2011.

Nos autos, o irmão do empresário, Ira Kleiman, alegou que, após a morte de Dave, Wright teria se aproveitado para transferir as criptomoedas da companhia para sua conta individual, um valor estimado de US$ 143 milhões.