O mercado de criptomoedas enfrentou mais um dia de perdas — mas elas foram modestas o suficiente para escapar da tradicional “maldição de setembro”.
Apesar do mar de números vermelhos de ontem — com 82% das 100 maiores criptos por valor de mercado registrando perdas — setembro terminou no verde, com um ganho médio mensal de 2,7%. Para quem tem curiosidade: se retirarmos o Bitcoin da equação, o mercado de altcoins ainda acumula uma alta de aproximadamente 0,7% no mês. Nada mal, considerando o contexto.
Mercados tradicionais mostram sinais mistos
Olhando para os mercados tradicionais, o cenário é de sinais mistos. Os índices S&P 500 e Nasdaq registraram leves ganhos, com os investidores digerindo os balanços das gigantes de tecnologia. Mas a movimentação mais relevante acontece no mercado de commodities. O ouro continua sua marcha constante de valorização, sendo negociado a US$ 3.822 por onça, após subir 0,07% no dia — uma alta de impressionantes 30% no ano, algo raro nesse mercado. A força do metal precioso reflete preocupações com inflação, tarifas comerciais e tensões no Oriente Médio, que também mantêm os preços do petróleo elevados.
Bitcoin mantém correlação com ativos de risco — com uma diferença
A correlação do mercado cripto com ativos de risco tradicionais continua firme, mas com um detalhe: enquanto o Bitcoin cada vez mais se comporta como ouro digital em momentos de estresse no mercado, as altcoins estão sendo fortemente penalizadas nessa rotação em busca de segurança.
O Índice da Temporada de Altcoins — que mede o desempenho das altcoins em relação ao Bitcoin — caiu de 77 para 58 pontos na última semana. Isso mostra que os traders estão migrando para o Bitcoin ou simplesmente saindo do mercado.
Do ponto de vista técnico, o Bitcoin mantém uma formação de cruz dourada (golden cross), com a média móvel de 50 dias (EMA50) acima da média de 200 dias (EMA200) — uma configuração tradicionalmente altista, que sugere continuidade na tendência de alta.
No entanto, os indicadores de momentum contam uma história mais cautelosa. O Squeeze Momentum Indicator virou para o lado bearish (baixista), sinalizando uma possível correção mais profunda, especialmente quando combinado com outros sinais fracos.
O Índice Direcional Médio (ADX) do BTC está em 18, bem abaixo do nível de 25 que indica uma tendência forte. Isso mostra que o mercado está sem direção clara, deixando o Bitcoin vulnerável a choques externos, como eventos macroeconômicos ou mudanças regulatórias.
Nesse tipo de cenário, os traders tendem a ajustar seus stops de lucro ou perda, já que o preço tende a oscilar dentro de uma faixa. Para o Bitcoin, essa faixa está atualmente entre US$ 108 mil e US$ 118 mil.
O Índice de Força Relativa (RSI) do BTC está em torno de 50, o que indica um mercado equilibrado tentando entender a força da correção em andamento. Mas a combinação de baixa força de tendência e momentum negativo cria um ambiente de espera, onde os investidores preferem ver o BTC consolidar antes de entrar com capital novo.
Sentimento do mercado
Dados do mercado de previsões refletem esse sentimento de curto prazo mais pessimista. No Myriad (mercado operado pela empresa-mãe da Decrypt, a Dastan), 74% dos traders esperam mais velas vermelhas (quedas) no gráfico do BTC até a tarde de hoje.
Os mesmos traders estão divididos quanto à direção do BTC:
- 53% acreditam que o preço vai subir para US$ 125 mil (novo recorde histórico)
- 47% esperam uma queda para US$ 105 mil
Curiosamente, os traders estão mais otimistas com o ouro, apostando em 70% de chance de que ele supere o BTC no restante de 2025.
Níveis-chave do BTC:
- Suporte imediato: US$ 109.000 (zona de consolidação recente)
- Suporte forte: US$ 106.000 (nível psicológico e concentração de opções)
- Resistência imediata: US$ 116.000 (último ponto de rejeição)
- Resistência forte: US$ 120.000 (próximo da máxima histórica)
Cardano (ADA): estrutura de longo prazo otimista, mas com fraqueza de curto prazo
O Cardano (ADA), considerado um concorrente do Ethereum, está em uma situação interessante nos gráficos.
O token está caindo cerca de 1% hoje, sendo negociado pouco acima de US$ 0,80. Isso dá uma capitalização de mercado de US$ 29 bilhões, mas ainda está cerca de 74% abaixo de sua máxima histórica de US$ 3,09, registrada há quatro anos.
Apesar disso, para os investidores de longo prazo, a estrutura segue promissora.
A média móvel de 50 dias (EMA50) ainda está acima da de 200 dias (EMA200), formando o chamado “triângulo dourado”, que é uma figura altista. Porém, o momentum de curto prazo está fraco, e a diferença entre as médias está diminuindo — um possível prenúncio de “cruz da morte” (quando a EMA50 cruza para baixo da EMA200), sinal clássico de tendência baixista.
O RSI da ADA está em 40, zona considerada de venda (ou neutro-baixista), sugerindo um movimento de queda contínua, ainda que sem pânico. O ADX em 22 confirma a ausência de uma tendência clara. O indicador de momentum também está em modo “desligado” e bearish, sinalizando que a queda já está em curso, e não apenas se preparando para acontecer.
Hoje, a ADA caiu abaixo da zona psicológica de US$ 0,80, com topos mais baixos se formando. A faixa de negociação está entre US$ 0,75 (suporte) e US$ 0,85 (resistência). Para os bulls retomarem o controle, precisam recuperar e sustentar a faixa dos US$ 0,80–$0,82. Caso contrário, é provável um teste na região de US$ 0,75–$0,76.
No Myriad, os traders estão ligeiramente otimistas, com 55% acreditando que a ADA vai subir para US$ 1 antes de cair para US$ 0,60.
Níveis-chave da ADA:
- Suporte imediato: US$ 0,750
- Resistência imediata: US$ 0,809
- Resistência forte: US$ 0,850
Dogecoin (DOGE): testando suporte chave no canal de alta
Assim como o ADA, a Dogecoin apresenta a EMA50 acima da EMA200 — uma configuração altista. A ação de preço mostra um canal ascendente, com o preço agora tocando a parte inferior do canal e a banda de médias móveis — uma área que muitos traders consideram como zona de compra. Se esse suporte for mantido, há chance de rebote até US$ 0,24–$0,26. Caso perca, pode haver queda até US$ 0,21–$0,22.
O RSI está em 43, indicando leve pressão vendedora, e o ADX em 17 mostra ausência de tendência clara — o que dificulta rompimentos e favorece estratégias de compra em suporte e venda em resistência.
O momentum também é bearish, com o Squeeze Indicator desligado, o que significa que a queda já está em andamento.
Expectativa de ETF pode mudar tudo?
Apesar da fraqueza atual, o cenário fundamental da DOGE melhorou bastante. O ETF de Dogecoin teve boa estreia no mercado financeiro.
Sabemos o impacto que os ETFs tiveram sobre o Bitcoin e o Ethereum — bilhões de dólares em capital novo que impulsionaram os bull markets desses ativos. Os holders de Dogecoin agora se perguntam: será que vai sobrar algo para eles também?
Níveis-chave da DOGE:
- Suporte imediato: US$ 0,227 (base do canal e EMA200)
- Resistência imediata: US$ 0,236 (topo do dia e EMA50)
- Próxima resistência: US$ 0,25 (zona de atenção, mas não forte)
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
O Bitcoin mostra muita força no 2º trimestre e é destaque entre os ativos de risco. Será que uma próxima máxima história de preço vem aí? Agora é hora de agir estrategicamente. Abra sua conta no MB e prepare sua carteira!
