As criptomoedas ainda tentam ganhar força nesta sexta-feira (26), enquanto nos mercados acionários o rali de tecnologia pisa no freio com investidores atentos ao um possível desfecho para evitar um calote da dívida dos EUA.
O Bitcoin (BTC) opera estável nas últimas 24 horas, com alta de 0,8% e negociado a US$ 26.446, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC sobe com mais força, com ganho de 1,6%, cotado a R$ 133.090, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) avança 1,5%, para US$ 1.812.
Em um sinal de potencial rali, o número de Ethereum nas exchanges atingiu o menor nível desde julho de 2016, em meio ao maior volume de tokens depositados em “staking” em troca de rendimentos.
Dados da Glassnode mostram que, na quinta-feira (25), 14,85% de todos ETHs eram mantidos em carteiras de exchanges centralizadas.
Durante o ciclo de alta do mercado cripto em 2021, essa parcela girava em torno de 26%, de acordo com o CoinDesk.
As principais altcoins são negociadas em direções opostas, com destaque para BNB (+0,5%), XRP (+3,1%), Cardano (-0,3%), Dogecoin (+0,6%), Polygon (+2,1%), Solana (-0,4%), Polkadot (-0,5%), Shiba Inu (+0,0%) e Avalanche (-0,5%).
Bitcoin hoje
Os mercados financeiros acordaram mais calmos nesta sexta-feira, com ganhos em grande parte da Ásia ainda puxados pelo rali de ações ligadas à inteligência artificial, enquanto os índices europeus e futuros dos EUA se concentram no acordo para elevar o teto de endividamento do governo americano.
De acordo com a Reuters, o presidente dos EUA, Joe Biden, e o líder da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, estão mais perto de um consenso, que elevaria o limite da dívida em troca de corte de gastos.
O mercado está em contagem regressiva para um desfecho com a proximidade da chamada “data X”, quando o Tesouro americano ficaria sem caixa suficiente. Na quinta-feira (25), o saldo do Tesouro estava em US$ 49,47 bilhões, mostram dados da Reuters.
Embora não faltem previsões catastróficas caso um acordo não seja fechado, essa possibilidade é remota, afirmam muitos especialistas.
Ouro digital
Mas onde o Bitcoin se encaixaria nesse cenário? Pesquisa da Bloomberg publicada pelo Valor Investe revela que, no caso de um calote dos EUA, mais da metade dos investidores buscaria refúgio no ouro.
Mas o Bitcoin, visto por muitos como o ouro digital, também entraria na lista, assim como os títulos do Tesouro dos EUA e moeda como o iene e o franco suíço.
De qualquer forma, mais do que um default dos EUA, a narrativa predominante no mercado cripto é a baixa volatilidade nas negociações com o Bitcoin e Ethereum nas últimas duas semanas, de acordo com o CoinDesk.
Alguns observadores apontam para a “mão invisível” dos formadores de mercado que negociam opções de criptoativos, responsáveis em parte por manter os preços dentro de uma determinada faixa.
Por outro lado, André Franco, chefe de pesquisa do MB (Mercado Bitcoin), destaca que o vencimento de opções pode trazer volatilidade às cotações e que a próxima parada do BTC pode ser os US$ 25 mil.
Nova stablecoin no Ordinals
A “invasão” de memecoins como o token PEPE na rede Bitcoin por meio do protocolo Ordinals, que permite “inscrições” de tokens não fungíveis (NFTs) na blockchain, congestionou as transações no início do mês.
O Ordinals até já atrai ex-desenvolvedores do Ethereum, além de receber o triplo de inscrições desde 1º de maio.
Agora, a Stably quer aproveitar a onda de tokens emitidos no sistema do BTC para lançar uma stablecoin atrelada ao dólar, a Stably USD, segundo o CoinDesk.
A startup cripto diz que seu token pode tornar a negociação no Ordinals mais barata e eficiente do que pagar em moeda fiduciária ou até mesmo com o próprio Bitcoin.
Enquanto isso, a Circle, emissora da segunda maior stablecoin, a USDC, vai disponibilizar sua Euro Coin na rede Avalanche, de acordo com o The Block. A stablecoin atrelada ao euro foi lançada na rede Ethereum no ano passado.
Real digital
No espaço das moedas virtuais de bancos centrais, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse à GloboNews que o real digital vai ter outro nome, assim como o Pix. Mas, por enquanto, a instituição ainda está em dúvida sobre qual escolher.
“A gente já tem um piloto [de moeda digital] que começa com título público. Os bancos estão entusiasmados com o projeto, a gente deve ter o processo finalizado até o fim do ano que vem. Estamos entre dois e três nomes [para a moeda digital]”, afirmou na quinta-feira (25).
Nesta semana, o BC selecionou os 14 projetos que irão participar da fase de testes do real digital, que vai contar com empresas como Nubank, BTG, Itaú, e Bradesco.
Já no campo da regulação, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que fechou um acordo de cooperação técnica com a ABCripto, emitiu uma “stop order” para a XTB International Limited, empresa com sede em Belize, que vem oferecendo serviços de negociação de câmbio e de criptomoedas no Brasil sem autorização da autarquia.
E com o intuito de minimizar perdas para investidores, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar pirâmides financeiras com criptomoedas estuda criar um fundo garantidor para proteger consumidores. Essa seria uma alternativa à segregação patrimonial defendida por algumas exchanges, de acordo com o InfoMoney, que cita o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), mais cotado para assumir a presidência da CPI.
Outros destaques das criptomoedas
O Digital Currency Group (DCG) planeja fechar sua plataforma de negociação institucional no final do mês, após uma tentativa malsucedida de vender o negócio, disseram pessoas familiarizadas com o assunto ao Wall Street Journal.
O conglomerado cripto, que também é dono do CoinDesk e da gestora cripto Grayscale, disse que a TradeBlock vai encerrar as operações em 31 de maio. Nos últimos meses, o DCG tentou vender a plataforma por alguns milhões de dólares, disseram as fontes. A informação foi reportada antes pela Bloomberg.
A US Bitcoin Corp. (USBTC) pretende se tornar uma das maiores mineradoras cripto dos EUA, aumentando seu poder de computação em 12,2 exahash por segundo (EH/s), após um acordo para comprar os ativos de mineração da plataforma de crédito cripto Celsius, de acordo com comunicado à imprensa.
A mineradora faz parte de um consórcio chamado Fahrenheit, que venceu um leilão para a compra dos ativos da Celsius, que incluem uma carteira de empréstimos, criptoativos e 121.800 máquinas de mineração.
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