O Bitcoin estendeu as perdas do fim de semana na segunda-feira, desencadeando um dos maiores eventos de liquidação do ano. Operadores de opções agora se posicionam com viés baixista, antecipando uma continuação da tendência de queda.
A principal criptomoeda caiu menos de 4% na segunda-feira, mas o efeito cascata de liquidações resultante foi o maior do ano, eliminando aproximadamente US$ 1,65 bilhão em posições long (apostando na alta) e US$ 145 milhões em posições short (apostando na queda).
Nesta segunda-feira (23), o Bitcoin registra queda de 0,1% e é cotado a US$ 112.795. Em reais, os dados do Portal do Bitcoin mostram o ativo a R$ 602.920. O Ethereum (ETH) também registra queda de 0,1% e é negociado a US$ 4.185.
Mas existem altas no top 10 das maiores criptomoedas por capitalização de mercado. O XRP (XRP) vêm com alta de 1,5% e é cotado a US$ 2,86. Dogecoin (DOGE) registra alta de 0,2%, Lido Staked Ether (STEH) de 0,1% e Tron (TRX) de 0,9%.
Apesar da escala da recente correção, a volatilidade implícita — que reflete as expectativas futuras dos operadores de opções — apresentou pouca mudança e continua baixa, disse Adam Chu, pesquisador-chefe da GreeksLive, ao Decrypt.
Houve, no entanto, um aumento significativo na compra de opções de venda (puts) entre operadores de opções após a queda, de acordo com especialistas ouvidos pelo Decrypt, o que sugere que o mercado está precificando uma continuação da queda recente.
Há uma “demanda elevada por puts” entre os traders de opções, “enquanto o medo de uma continuação da queda preocupa o mercado”, afirmou Sean Dawson, chefe de pesquisa da plataforma de opções on-chain Derive, ao Decrypt.
Max Shannon, associado sênior da Bitwise Europe, disse ao Decrypt que o “mercado está precificando uma queda de curto a médio prazo”, impulsionado principalmente pela tendência de alta consistente no viés delta entre puts e calls de 1 semana e 1 mês, atingindo o nível mais alto desde o início de agosto.
O viés delta entre puts e calls mede a diferença na volatilidade implícita entre opções de venda e de compra fora do dinheiro com a mesma data de vencimento. Um aumento nessa métrica indica crescimento na atividade de compra de puts por investidores buscando proteção contra quedas.
Shannon especula que esse fluxo baixista pode estar relacionado às expectativas de “venda com base na notícia”, que estão pressionando os mercados cripto após o tão aguardado corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros do Federal Reserve em 17 de setembro.
Enquanto isso, o índice S&P 500 e o ouro registraram retornos de 3,68% e 12,41%, respectivamente, desde os comentários dovish (mais suaves) do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, no dia 22 de agosto. Em contraste, o Bitcoin e o Ethereum apresentaram retornos negativos de 1% e 3%, respectivamente, no mesmo período, segundo dados do TradingView.
Apesar da pressão de venda específica do mercado cripto, da volatilidade implícita baixa e da compra de puts, Chu afirmou que o mercado permanece “otimista em relação ao quarto trimestre” e que as posições altistas começaram já no mês passado.
Dawson concordou com a visão de Chu, acrescentando que “os preços tenderão inevitavelmente para cima” nos próximos três a seis meses, com base no posicionamento dos operadores de opções e nos strikes otimistas.
Ele espera uma recuperação mais acentuada para o Ethereum em relação ao Bitcoin, já que os formadores de mercado estão vendidos em gamma, o que pode forçá-los a comprar Ethereum no mercado à vista caso o preço suba e vá contra suas posições de proteção.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt
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