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Justiça reduz em 15 anos pena de criador da pirâmide financeira Fiji Solutions

A empresa captava recursos sem autorização da CVM enquanto prometia pagamentos expressivos por meio de operações com criptomoedas

Empresário dono da Fiji Solutions, Bueno Aires, falando ao microfone
Líder da Fiji Solutions, Bueno Aires José Soares Souza, falando ao microfone (Imagem: Reprodução)

A Justiça Federal reduziu a pena de três sócios da Fiji Solutions, empresa de Campina Grande (PB) investigada por operar um pirâmide financeira e considerada rival da Braiscompany. A decisão foi emitida na quarta-feira (2) por desembargadores do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-F).

Os os sócios haviam sido condenados em outubro do ano passado por fraudes contra o sistema financeiro por terem oferecido contratos de investimentos coletivos sem registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), enquanto a Fiji Solutions captava recursos de clientes, prometendo pagamentos expressivos por meio de operações de compra e venda de criptomoedas. Estima-se que o esquema tenha movimentado até R$ 600 milhões.

De acordo com o G1, o empresário Buenos Aires de Souza teve a pena diminuída de 25 anos e 2 meses para 10 anos e 1 mês. Já o casal Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima tiveram as punições reduzidas de 14 anos e 8 meses, cada um, para 7 anos e 11 meses cada. A decisão ainda cabe recurso.

Para a Rede Paraíba, a defesa dos acusados negou o envolvimento dos condenados com as irregularidades apontadas.

A investigação feita contra os sócios considera que as empresas Fiji Holding Participações, Fiji Solutions Participações e Fiji Tech fazem parte do “grupo Fiji” e movimentaram cerca de R$ 301 milhões.

A Justiça também determinou a reposição de R$ 34 milhões, com base no que foi apurado pela Polícia Federal.

Os autos do processo revelam que os recursos arrecadados não eram empregados em operações com criptomoedas com o objetivo de obter lucro, como o negócio prometia. O juiz que proferiu a sentença de condenação, em outubro de 2024, afirmou que o montante recebido era utilizado para o pagamento de investidores anteriores.

Após o término da investigação, os laudos revelaram que não existem registros de operações de compra e venda de criptoativos com o objetivo de lucro (negociações) em volume que corresponda aos valores investidos, nem comprometidos de que os resultados obtidos se aproximem dos anunciados publicamente.

Relembre o caso de pirâmide

Os três sócios da Fiji Solutions, empresa de Campina Grande (PB), foram condenados por fraudes financeiras envolvendo investimentos com criptomoedas sem registro na CVM. A empresa, rival da Braiscompany, operava como uma pirâmide financeira, captando recursos de investidores com promessas de lucros que nunca se concretizaram.

O fundador Bueno Aires José Soares de Souza havia sido condenado a 25 anos e 2 meses de prisão. Ele movimentou R$ 53 milhões em criptoativos, declarou R$ 48 milhões em patrimônio e recebeu R$ 10 milhões em rendimentos.

Os sócios Breno de Vasconcelos Azevedo e Emilene Marília Lima do Nascimento, sua esposa, haviam sido condenados a 14 anos e 8 meses de prisão cada. Breno, apontado como o controlador do grupo, movimentou R$ 190 milhões, enquanto Emilene, diretora executiva, movimentou R$ 10 milhões. Ambos apresentavam patrimônios e rendimentos milionários.

Segundo a Justiça, os crimes envolvem operação financeira sem autorização, oferta irregular de investimentos e gestão fraudulenta. As empresas do grupo Fiji teriam movimentado R$ 301 milhões, com ordem de reposição de R$ 34 milhões aos lesados.

A fraude foi revelada em junho de 2023, na operação “Ilha da Fantasia” da Polícia Federal, que também atingiu a Softbank Softwares, responsável por desenvolver sistemas para a Fiji. Estima-se que o esquema tenha movimentado até R$ 600 milhões. Na época, as defesas dos envolvidos afirmaram que iriam recorrer da decisão.