A gigante do petróleo e gás ExxonMobil está realizando um programa-piloto de mineração de criptomoedas movido por gás natural, proveniente de poços petrolíferos, no estado americano da Dakota do Norte, de acordo com uma publicação do Bloomberg na quinta-feira (24).
A ExxonMobil parece ter chegado a um consenso com a Crusoe Energy Systems Inc., empresa que fornece soluções para a queima de gás natural. A companhia remove o gás de um poço petrolífero na Dakota do Norte para fornecer energia a instalações de mineração que usam o mecanismo proof of work (ou PoW), como o Bitcoin — e Ethereum por enquanto.
A queima é do gás natural gerado da extração de petróleo. Em vez de simplesmente queimá-lo como um derivado da extração, ExxonMobil irá redirecioná-lo para alimentar máquinas para a mineração de bitcoin.
De acordo com o Bloomberg, a par do assunto pediram para permanecerem anônimas, pois a informação não é pública.
A empresa de petróleo e gás também pode estar considerando lançar programas-piloto similares no estado americano do Alaska, na Nigéria, na Argentina, na Guiana e na Alemanha.
“Continuamos avaliando tecnologias emergentes que visam reduzir volumes de queima por todas as nossas operações”, disse Sarah Nordin, porta-voz da ExxonMobile, à Bloomberg. Ela também se negou a comentar sobre “rumores e especulações” em relação ao projeto de mineração.
Mineração de criptomoedas
A mineração de criptomoedas, principalmente a mineração de bitcoin, gerou controvérsias devido ao impacto da indústria no meio ambiente. Segundo a Universidade de Cambridge, a rede Bitcoin consome impressionantes 134 terawatts/hora (ou TWh) de eletricidade todo ano. Esse número também revela que a rede consome mais eletricidade do que muitos países.
Um terawatt/hora é a métrica usada para calcular quanta eletricidade países inteiros consomem anualmente. A pegada de carbono resultante e o impacto ambiental desse consumo de energia dependem da fonte da energia, que se tornou outra questão controvérsia na indústria cripto.
Em setembro de 2020, a Universidade de Cambridge descobriu que apenas 39% da rede Bitcoin era movida por energia renovável, como energia eólica ou solar, por exemplo. O restante da rede era movido por combustíveis fósseis danosos ao meio ambiente, como carvão e gás natural.
Usando esses dados, uma pesquisa feita pelo Decrypt descobriu que a pegada de carbono da rede Bitcoin era equivalente a mais de 27,2 bilhões de quilos de carvão queimado, ao consumo médio anual de energia elétrica de nove milhões de casas ou 222 bilhões de quilômetros percorridos por um veículo comum de passageiros.
Outros estudos garantem que a rede Bitcoin é operada com uma participação maior de energia renovável. Tal estudo foi publicado pelo Bitcoin Mining Council, afirmando que, em julho de 2021, 56% da eletricidade que move o Bitcoin vinha de fontes “sustentáveis”.
No entanto, o conselho apenas coletou dados de pesquisa de empresas de mineração que representavam 32% do poder de hashes global do Bitcoin na época, e mineradores com uma mistura energética menos sustentável podiam pular partes do questionário.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.
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