A massa falida FTX oficializou uma proposta de pagar aos seus clientes 118% do valor que mantinham na corretora no momento da falência. O plano foi apresentado em um documento na terça-feira (7) na corte de Delaware, que analisa o processo de falência.
A empresa afirma que, caso o plano seja aprovado pela corte, os pagamentos serão feitos em até 60 dias após a decisão da Justiça. Serão contemplados com esse pagamento de 118% os clientes que tinham até US$ 50 mil em contas da corretora, o que corresponde a 98% dos investidores lesados.
O valor é maior do que se esperava: em outubro do ano passado, a massa falida da FTX disse que iria pagar 90% das perdas; em janeiro, disse que conseguiria chegar a 100%.
Agora, a empresa afirma que o valor de 118% é para compensar o “pelo valor temporal de seus investimentos”. A companhia estima que sua dívida geral com os credores é de US$ 11,2 bilhões e que conseguiu juntar algo entre US$ 14,5 bilhões e US$ 16,3 bilhões.
A Receita Federal dos Estados Unidos afirmava ter que receber US$ 24 bilhões, mas aceitou receber inicialmente US$ 200 milhões e, posteriormente, US$ 685 milhões após todos os credores serem pagos.
Por meio de um comunicado para a imprensa, a FTX ressaltou que esse dinheiro não vem da valorização das criptomoedas, pois teria encontrado nos caixas da empresa apenas 0,1% do Bitcoin que deveria estar custodiado dos clientes e 1,2% do Ethereum.
O levantamento dos fundos se deu com a venda de ativos da empresa. Um exemplo é a participação que a FTX tinha na empresa de Inteligência Artificial, Anthropic, que rendeu US$ 884 milhões para a massa falida.
Clientes deixaram de ganhar 400% em valorização
Um dos argumentos de Sam Bankman-Fried, criador da FTX, durante o processo criminal que o condenou a 25 anos de prisão era de que os clientes teriam um prejuízo de zero dólares, já que teriam seu dinheiro de volta. Isso deveria fazer o juiz lhe dar uma pena leve, no argumento de sua defesa.
Mas John Ray III, atual CEO da FTX, afirmou na época que isso estava longe de ser verdade. “Mesmo no melhor cenário possível, não ocorrerá uma recuperação completa de todas as perdas econômicas dos credores”, disse o executivo.
O CEO lembra que, no momento da falência, o Bitcoin estava na faixa dos US$ 17 mil. Os clientes irão receber valores referentes a este preço (no caso de outras criptomoedas, cada uma será calculada com o seu próprio valor da época). Porém, no caso dos investidores de Bitcoin, eles teriam um lucro de 400% caso tivessem recebidos suas moedas de volta.
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