Imagem da matéria: Fechamento de banco foi "recado anticripto", diz político criador da lei de regulação dos EUA
O ex-deputado americano Barney Frank (Reprodução Decrypt/Brookings Institute/Flickr)

O ex-deputado americano Barney Frank, o homem por trás da lei que regulou os mercados financeiros do país, a Dodd-Frank, disse que o Signature Bank foi fechado em parte para atacar a indústria de criptomoedas

O ex-legislador, membro do conselho do próprio banco Signature, afirmou em entrevista na segunda-feira (13) com a rede de TV CNBC que os reguladores visaram o banco para enviar uma “mensagem anticripto.” 

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Os reguladores de Nova York decidiram encerrar abruptamente o Signature Bank na noite de domingo, citando o risco de contaminação no sistema financeiro — o que surpreendeu a administração da empresa, de acordo com um artigo da Bloomberg . É a terceira maior falência bancária da história dos EUA. Os reguladores ainda não forneceram qualquer outro argumento para o encerramento do banco.

O movimento veio depois do Silicon Valley Bank (SVB) — para o qual várias empresas de cripto tinham exposição — ter falido após sofrer uma corrida bancária de US$ 42 bilhões, dias antes. Na mesma semana, o Silvergate, outro banco parceiro do setor cripto, também encerrou as operações. 

“Acho que parte do que aconteceu foi que os reguladores queriam enviar uma mensagem anticripto muito forte”, disse ele à CNBC. Ele acrescentou que o banco era o “garoto-propaganda” da indústria cripto. 

Banco amigos das empresas de criptomoedas

O Signature Bank concedeu empréstimos às empresas de criptoativos. A maior exchange cripto dos EUA, a Coinbase, disse na sexta-feira que detinha um saldo de caixa corporativo de cerca de US$ 240 milhões com o Signature Bank. A emissora de Stablecoin e a corretora de criptomoedas, Paxos, admitiu deter US$ 250 milhões no Signature Bank.

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A paralisação do Signature Bank agora significa que as principais empresas do setor cripto estão mais uma vez bloqueadas do sistema financeiro tradicional — uma participação que as exchanges, em particular, exigem para que seus clientes possam comprar ativos como Bitcoin e sacar em dólares americanos.

Frank foi uma das pessoas por trás da Lei Dodd-Frank, que reformulou a regulamentação bancária dos EUA para evitar outro crash global após a crise financeira de 2007-2008.

A administração Biden tem insistido que o movimento para proteger os depositantes (conhecido como uma exceção de risco sistêmico) não é um “resgate”, e que não incorrerão encargos ao contribuinte. Mas a intervenção foi descrita por outros desta forma — como o The Wall Street Journal, que hoje o chamou de “um verdadeiro resgate do sistema bancário.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.