Enquanto a maioria das criptomoedas ensaiam uma recuperação, o Ethereum Classic (ETC) dispara mais do que qualquer outra concorrente e registra a maior alta da semana, acumulando ganhos de 68%.
Se na terça-feira passada (15) o preço do ETC não passava de US$ 25,41, durante a madrugada de hoje (22) a moeda foi capaz de atingir US$ 43,98, a sua maior cotação desde dezembro de 2021, segundo o CoinGecko.
O projeto do Ethereum Classic vai passar por algumas mudanças no futuro próximo que ajudam a entender por que seu preço foi capaz de dobrar em uma semana. Na realidade, são as mudanças radicais na rede principal do Ethereum (ETH) que impulsionam o preço do ETC.
A moeda deu início ao seu movimento de alta no dia última quinta (17), quando os desenvolvedores do projeto anunciaram que após o Ethereum fizer a fusão para a sua camada de consenso (Eth2) — abandonando no processo a mineração tradicional —, o Ethereum Classic continuará usando o consenso de prova de trabalho (PoW).
Na visão dos devs do Ethereum Classic, isso significa que após a fusão o projeto vai receber a demanda dos mineradores que não poderão mais gerar blocos na rede do Ethereum usando seus equipamentos de mineração, como placas de vídeo (GPU) e ASICs Ethash.
“Este evento de ‘fusão’ irá acabar com o maior ecossistema de mineração de Proof of Work da EVM. O Ethereum Classic está bem posicionado para absorver grande parte desse hashrate Ethash abandonado”, afirma a nota.
O texto orienta que os mineradores que querem migrar de rede devem se atentar ao fato que o Ethereum Classic utiliza a sua própria versão do algoritmo de mineração Ethash do Ethereum, chamado ETChash.
Para a troca do algoritmo, a recomendação é que os mineradores atualizem o firmware de suas máquinas antes da chegada do Ethereum 2.0. Ainda não há uma data definitiva para a atualização, mas no cenário mais otimista a fusão aconteceria em junho deste ano.
Outro fator que ajuda a impulsionar a valorização da moeda é que a partir de 1º de maio, a produção de ETC vai cair 20%. No dia em questão, a recompensa por bloco minerado será reduzida de 3,2 ETC para 2,56 ETC.
Ethereum Classic traça seu próprio caminho
O Ethereum Classic é consequência de um hard fork que o Ethereum sofreu em 2016 após a rede ser alvo do mega ataque hacker do The DAO.
Com o passar dos anos, a equipe que permaneceu no Ethereum Classic passou a adotar as mudanças do Ethereum que lhe convinha. Em julho do ano passado, por exemplo, o ETC passou por uma atualização para trazer à rede alternativa as melhorias do hard fork Berlin.
Abandonar o consenso de prova de trabalho (PoW) para a prova de participação (PoS), no entanto, nunca esteve nos planos do Ethereum Classic. Ao aumentar a distância da sua rede-mãe, o projeto vai tentar crescer herdando os mineradores deixados de lado.
“Os mineradores de GPU operam seus equipamentos por mais tempo no ETCash do que no Ethash. Isso garante que o Ethereum Classic absorva qualquer equipamento de mineração obsoleto pela taxa de crescimento do DAG de Ethash e aumente organicamente o hashrate de rede de nível básico do Ethereum Classic”, afirma a equipe da moeda.
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