Esposa de criador da GAS Consultoria acusa Igreja Universal de estar por trás da derrocada da empresa

Foragida da Justiça, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa acusa instituição de racismo e afirma que que Igreja não quer que ex-pastores prosperem e virem exemplos
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Mirelis Zerpa (Foto: Reprodução/YouTube)

Quem supostamente está por trás da derrocada da GAS Consultoria, acusada de montar um esquema de pirâmide financeira, é a Igreja Universal do Reino de Deus. Pelo menos essa é a acusação feita por Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, esposa do “Faraó do Bitcoin” Glaidson Acácio dos Santos, em um novo vídeo da série que ela vem publicando no YouTube.

Foragida da Justiça, Mirelis recontou em vídeo feito na sexta-feira (8) como conheceu Glaidson na Venezuela por meio da Igreja Universal, cerca de dez anos atrás. Ela afirma que os pastores da igreja que frequentava eram racistas e a teriam orientado a não casar com Glaidson por ele ser negro.

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O racismo teria feito Mirelis e Glaidson deixarem a igreja. Segundo ela, e o sucesso da GAS Consultoria seria alvo de preocupação da Igreja Universal e seu líder, o bispo Edir Macedo. “Ele podem me dar prisão perpétua, mas eu vou falar. Quem está por trás disso tudo é a Igreja Universal, é Edir Macedo. Porque ele tem raiva de um ex-pastor que prospera”, disse.

Mirelis ainda elaborou a acusação no vídeo: “Eles querem que os pastores sempre estejam dependendo deles. Quando dizem que querem que o povo prospere, isso é mentira. Para eles é melhor que pessoa esteja sempre necessitada e por isso vão à igreja. Se querem isso [a prosperidade do povo] porque pegam dinheiro? Como a pessoa vai prosperar?”, questiona.

O Portal do Bitcoin entrou em contato com a Igreja Universal do Reino de Deus para saber o posicionamento da instituição sobre as acusações, mas ainda não teve retorno até o fechamento desta reportagem.

Acusação de racismo

Mirelis afirma que, quando era pastora da Igreja Universal, foi perguntada pelos seus superiores se tinha atração por algum pastor e intenções de casar. Quando ela respondeu que sim e que essa pessoa era Glaidson, a reação teria sido racista.

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“O pastor me disse: ‘Não pode ser, Glaidson não. Você não pode casar com ele’. Eu perguntei o porque e ele respondeu: ‘Primeiro ele é brasileiro e você venezuelana. Segunda, você não está vendo a cor dele? Ele é mais escuro que você, ele é negro. Você tem que buscar uma pessoa mais clara’. Isso foi muuto chocante para mim”, afirma.

Processos penais contra Mirelis

Mirelis e Glaidson são acusados pelos Ministério Público Rio de Janeiro de terem “promovido, constituído, financiado e integrado organização criminosa preordenada à prática de crimes contra o sistema financeiro, contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro”.

A esposa do Faraó do Bitcoin é hoje foragida da Justiça e procurada pela Interpol.

Prisão de Glaidson

Glaidson foi preso na manhã do dia 25 de agosto de 2021 no âmbito da operação Kryptos da Polícia Federal, acusado de orquestrar uma fraude milionária. Na ocasião, outros suspeitos foram presos e outros se tornaram foragidos, como a esposa de Glaidson, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa.

Como resultado, os agentes da PF e Receita Federal apreenderam 591 bitcoins, dezenas de carros de luxo e mais de R$ 13 milhões em espécie.

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A GAS Consultoria se apresenta como empresa de investimentos com promessas de rendimentos que supostamente viriam de trading com criptomoedas.

No mês passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu um habeas corpus para Glaidson. Segundo informações do jornal O Globo, os ministros  da 5ª Turma do revogaram sua prisão preventiva no caso referente à Operação Kryptos. No entanto, este é um dos quatro processos pelos quais Glaidson responde. Portanto, ele segue preso.

Bens bloqueados

No momento, encontram-se bloqueados pela pela 3ª Vara Federal Criminal do Rio cerca de R$ 400 milhões em criptomoedas e bens confiscados de Glaidson e sócios na Operação Kryptos.

A juíza Rosália Moneiro Figueira, titular da 3ª Vara Federal Criminal do Rio, considerou que esses bens podem ser transferidos para a União ao invés de serem usados para pagar os credores da GAS.

O que leva a magistrada a considerar a possibilidade da Justiça enviar os bens aos cofres do Governo é a não comprovação da origem dos ativos, pois, segundo investigadores federais, os bens podem pertencer a criminosos.

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No início do mês, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que a GAS Consultoria tem até o dia 30 de junho para informar sua lista de clientes, o valor devido e os recursos disponíveis para ressarcimento dos credores.

No final de maio, o Escritório de Advocacia Zveiter começou a cadastrar em seu site os credores da GAS Consultoria. Na ocasião, pelo menos 10 mil credores já constavam na lista.