Imagem da matéria: Empresa vai colocar coleções de NFTs em domínio público e pode revolucionar mercado
(Foto: Shutterstock)

Moonbirds é um dos projetos de tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês) mais populares de 2022, gerando mais de meio bilhão de dólares em volume negociado em poucos meses.

O NFT mais barato da coleção Moonbirds custa cerca de US$ 29 mil em ether (ETH) neste momento. Mas seus criadores agora decidiram que você não precisa ter um Moonbird para poder usar a imagem do ativo.

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A Proof — a startup Web3 responsável pelo grupo NFT Proof Collective e pelos Moonbirds — anunciou que irá transformar as coleções Moonbirds e os recém-lançados Oddities em uma licença CC0 ou “Creative Commons Zero”.

Significa que nenhum direito será reservado aos criadores, ou seja, as obras serão de domínio público. Como consequência, qualquer pessoa pode usar as obras e imagens dos Moonbirds ou Oddities para criar e vender projetos derivativos, produtos, roupas — qualquer coisa.

O empreendedor de tecnologia, capitalista de risco e cofundador da Proof, Kevin Rose, publicou a notícia via Twitter na quinta-feira (4), iniciando com a explicação sobre a sua cocriação da plataforma social Digg em 2014.

O veterano da Web2 disse que os recursos pioneiros da Digg foram rapidamente copiados e iterados por plataformas adversárias. 

“A primeira reação é proteger o que você criou”, escreveu Rose. “Mas a Web3 é uma chance de reiniciar e reavaliar tudo para os primeiros princípios. Uma chance de dizer que os outros não têm de falhar para que vençamos. [É] uma chance de sermos mais inclusivos e abertos para tudo.”

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Assim como outros projetos CC0, Moonbirds vai depender da procedência da blockchain Ethereum para comprovar que NFTs são as criações originais. “A autenticidade dos Moonbirds não vai vir de advogados que impõem direitos autorais, e sim da origem comprovada e da fonte única de verdade dos contratos autônomos.”

O anúncio da Proof surge dias após o anônimo artista cripto XCOPY tuitar que também gostaria que toda a sua arte fosse de domínio público.

XCOPY faz obras NFT bem diferentes dos Moonbirds — sua especialidade são ilustrações digitais que foram vendidas por milhões de dólares cada. XCOPY colocou sua arte “Right Click, Save As Guy” — vendida por quase US$ 7,1 milhões em ETH em dezembro de 2021 — em domínio público.

Na segunda-feira (1º), XCOPY afirmou que sua obra “summer.jpg” também receberia o status de CC0, junto com tudo o que foi criado e não fizer parte de colaborações.

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“Ainda não vimos um verão CC0, mas acredito que esteja chegando”, afirmou XCOPY. “Vou ‘com tudo’ e aplicar CC0 [a] todas as minhas artes existentes.”

Por que CC0?

Proof e XCOPY são os mais novos criadores de NFTs desenvolvidos no Ethereum a entrarem para o movimento CC0, mas não são os únicos.

Nouns, um novo projeto NFT que leiloa um NFT por dia e dá aos holders direitos de votação a um caixa valioso de uma organização autônoma descentralizada (ou DAO), é o projeto CC0 mais conhecido do setor.

As imagens dos Nouns, incluindo os quadradões “óculos Nouns”, podem ser usados para todos os tipos de projetos NFT derivativos — e o foram, conforme demonstram Lil’ Nouns, 3D Nouns e NounPunks.

E essa é apenas a ponta do iceberg e vimos a estética dos Nouns se espalhar para produtos e outras plataformas conforme seu aniversário de um ano de lançamento se aproxima.

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Na realidade, os óculos Nouns apareceram em um comercial da Bud Light durante o último Super Bowl. A marca Bud Light possui um NFT Nouns e participa de votações na DAO, mas não precisava ter o NFT para usar os óculos no comercial.

Pode ter sido uma reviravolta inesperada, mas se alinha bastante com o etos descentralizado e de código aberto do movimento Web3.

“Você não precisa mais do copyright”, disse o anônimo cocriador da Nouns, 4156, ao Decrypt em dezembro.

“Da mesma forma que citações acadêmicas tornam o artigo acadêmico mais importante, citações do Nouns, seja qual for a forma que tenham — pelo menos, essa é a nossa tese —, tornará os originais mais importantes e mais valiosos.”

Em outras palavras, segundo 4156 e muitos outros desenvolvedores, o crescente uso e a proliferação da propriedade intelectual (ou PI) devem gerar valor de volta aos NFTs originais em vez de removê-lo. Na realidade, o objetivo é espalhar sua imagem por aí, como na forma de memes.

Mas existem donos de NFTs que se beneficiam com essa expansão da propriedade intelectual.

“CC0+NFT faz pela mídia o que o bitcoin fez pelo câmbio: transforma-a em um jogo competitivo em um jogo cooperativo”, tuitou 4156 em maio, conforme notado por um longo texto explicativo sobre o movimento CC0 publicado na quarta-feira (3) pela equipe a16z Crypto.

É um grande experimento e, com Nouns, só faz um ano. Por outro lado, a imagem do Nouns já obteve exposição durante uma transmissão do Super Bowl.

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E além de possibilitar e encorajar trabalhos derivativos, a Nouns DAO continuamente usa seu amplo caixa para financiar projetos que ajudam a expandir ainda mais e espalhar a propriedade intelectual.

O modelo de leilão e DAO do Nouns é único, mas existem muitos outros projetos CC0 por aí, incluindo Goblintown, CrypToadz, Mfers, Anonymice e Blitmap.

Loot é outro exemplo bem conhecido desse conceito, pois o NFT lista equipamentos de fantasia que podem ser usados como base para todos os tipos de projetos — incluindo jogos e produtos de narrativa.

Diferente desses projetos, Moonbirds não começou como um projeto CC0: Está se abrindo para o público independente do que os milhares de holders dos NFTs acham. Rose, por sua vez, parece estar em paz com a ideia de entregar as chaves para… Bem, toda e qualquer pessoa.

“Não podemos mudar nossas opiniões”, tuitou ele. “Estamos torcendo por vocês e mal podemos esperar para promover e apoiar todos os seus empreendimentos criativos.”

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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