As criptomoedas têm oscilado acompanhando as decisões que afetam a vida real dos cidadãos americanos, diferentemente do que acontecia anos atrás, quando as oscilações das moedas descentralizadas pareciam totalmente descoladas do que acontecia no dia a dia.
Portanto, quem quer se antecipar aos movimentos do mercado cripto já tem possibilidade maior de entender como essas moedas se comportarão ao longo do tempo, utilizando algumas das balizas que servem para avaliar, por exemplo, a oscilação do valor das ações nas bolsas de valores.
Os indicadores utilizados para fazer isso estão diretamente relacionados à saúde econômica dos EUA, dado que as criptomoedas mais fortes, como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETC), são cotadas em dólar americano.
Embora as oscilações nos preços desses ativos não estejam só atreladas à economia dos EUA, a maior parte do impacto tem vindo dos resultados negativos ou positivos do maior mercado do mundo.
Aumento do nível de emprego, inflação, taxa de juros e crescimento econômico nos EUA devem ser acompanhados pelos investidores ao longo dos próximos meses para que ele possa perceber o momento da retomada da valorização das criptomoedas, que certamente virá, assim como aconteceu em outras ocasiões.
Retomada depende de crescimento
Assim como acontece com os investimentos em renda variável mais tradicionais, as criptomoedas têm recebido mais investidores e aumentado seu preço à medida que a economia se desenvolve. Num cenário de crescimento, os investidores tendem a optar mais vigorosamente por opções em renda variável, incluindo as criptos.
Em 2021, o mercado cripto foi beneficiado, especialmente, por conta dos auxílios dados pelo governo americano, que permitiram a abertura gradual da economia.
Esse cenário não se estendeu por 2022. O aumento da inflação nos EUA foi acompanhado pela alta dos juros e uma fuga dos investidores das opções em renda variável para os títulos públicos.
Diante disso, os investimentos que não se beneficiam da alta de juros foram castigados. Ainda assim, as criptomoedas mostraram resiliência, registrando perdas mais discretas do que as vistas em outros tipos de ativos de renda variável.
Resiliência
A título de comparação, o índice Nasdaq, que mede o desempenho das empresas de tecnologia de capital aberto dos EUA, caiu de quase 16 mil pontos em janeiro para cerca de 10,5 mil pontos no final da semana passada.
No mesmo período, o Bitcoin teve desempenho melhor, com uma leve queda, de US$ 20.227, para US$ 19.368, valor este também registrado na semana anterior.
Nesse cenário, as criptomoedas mostram que estão conseguindo manter parte da sua valorização conquistada durante períodos mais dourados, e preparando uma retomada pujante quando a economia global experimentar novos ares.
Um cenário mais positivo deve vir em 2023, dizem as autoridades monetárias americanas, com redução dos juros e crescimento mais sustentável, o que liberará as pessoas e empresas para apostarem com mais convicção na renda variável e assumirem mais riscos.
O crescimento econômico aguardado para o ano que vem deve ser capaz de acelerar a valorização das criptomoedas, puxando para cima esse segmento com mais velocidade que o esperado para o restante da economia, porque esse tem sido o comportamento desses ativos nas últimas oscilações, de antecipação nas perdas e ganhos.
Para embarcar no melhor momento, os investidores precisarão estar atentos ao que os dados da economia americana irão revelar. É a hora de dedicar algum tempo para acompanhar o noticiário econômico internacional.
Sobre a autora
Isabela Rossa é country manager da CoinCloud no Brasil