Imagem da matéria: Desenvolvedor do Ethereum compara Lido a cartel e alerta: “É uma ameaça ao sistema"
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Um ano após a mudança do Ethereum para o consenso de prova de participação (proof-of-stake), a rede tem dado bons sinais de melhora e evolução, mas os riscos de centralização de serviços importantes do ecossistema está preocupando os especialistas.

Danny Ryan, da Ethereum Foundation, destacou esse cenário em vídeo recente, apontando que a Lido, Coinbase e Binance agora controlam coletivamente 85% da validação de staking líquido do Ethereum.

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De acordo com Ryan, essa concetração de serviços de staking líquido em poucos mãos representão um risco de “corporatização, centralização e ameaça sistêmica”.

“O que acontece quando um regulador percebe que três pessoas controlam a votação?”, questiona. “Ele tem três portas para bater, é fácil.”

https://twitter.com/Pledditor/status/1706606105961341382

Das três entidades que hoje dominam a rede, a que mais preocupa é a Lido, que é a maior validadora do Ethereum, sendo três vezes maior que a Coinbase e sete vezes que a Binance.

Os riscos da Lido

A Lido é a maior provedora do mercado do chamado staking líquido. Basicamente, o projeto concede aos usuários liquidez por meio do token stETH, que tem paridade de 1:1 com o ETH travado em staking.

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Ou seja, o staking líquido permite aos investidores fazer staking e ainda ter acesso à liquidez para negociação por meio de ativos vinculados emitidos pelo provedor de staking (como o stETH da Lido).

Dessa forma, a Lido permite que usuários façam stake sem ficarem com as mãos vazias enquanto o ether está travado na rede, como ocorre normalmente fora dos serviços de staking líquido.

“A Lido ou algum protocolo semelhante que provoca um curto-circuito na economia e essencialmente forma um cartel, tem seu próprio token de governança que está nas mãos de um grupo de VCs, é uma ameaça sistêmica ao Ethereum”, disse Ryan no vídeo, alertando que a indiferença da comunidade é preocupante para o compromisso da rede em ser descentralizada.

Ele alerta ainda que caso reguladores proíbam o funcionamento ou encerrem a Lido, isso poderia levar a sérios problemas na rede. “Teremos um problema com a vivacidade da rede. Sendo a vivacidade a finalidade, não necessariamente a disponibilidade da rede, você poderia tomar algumas decisões, mas não serão decisões economicamente finais”, explicou.

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Por fim, Ryan ainda diz que a comunidade deve agir para evitar que o cenário piore. Em um caso extremo, poderia até ocorrer um hard fork para alienar os ativos da Lido. Para o desenvolvedor, no entanto, isso seria um movimento catastrófico não apenas para as partes interessadas da Lido, mas para todo o ecossistema Ethereum, com o que ele chamou de “guerra civil” blockchain.