Imagem da matéria: DD Corporation: presidente admite que empresa quebrou e pede 1 ano para pagar clientes
Leonardo Araújo, CEO da antiga Dreams Digger (Foto: Reprodução/Youtube)

“Nós não temos mais possibilidade financeira alguma. Não temos caixa para devolver o dinheiro investido”, diz o CEO da DD Corporation, Leonardo Araújo, em vídeo publicado no Youtube explicando a atual situação da empresa.

Araújo veio a público assumir que faliu e jogou a culpa na Graff Tecnologia, a empresa terceirizada responsável pela plataforma da DD (antes chamada de Dreams Digger). O CEO disse que o rombo se deu após rendimentos, depósitos e saques estarem sendo duplicados e até triplicados por falha da plataforma.

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“Imagina que uma vez encontrada essa falha, o cliente poderia ficar repetindo esse processo de modo que ele conseguisse transformar mil dólares em milhares de dólares. Era um gerador de saldo”, disse o CEO.

Araújo ainda cita o caso de um suposto hacker, que com um saldo de US$ 700 conseguiu fazer o saque 99 vezes.

1 ano para pagar, se conseguir

Com o fim decretado, o pagamento que estava prometido para sair em 10 de fevereiro de 2020, ficará para até 2021, caso ele consiga recuperar o dinheiro perdido.

“Nós não seguiremos com o Next [suposto robô de arbitragem], nós não seguiremos entregando rentabilidade. Nós iremos operar o capital que sobrou para tentar recuperar o dinheiro”, explica Araújo.

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O CEO tenta ainda manter a esperança dos investidores dizendo que irá devolver tudo que foi investido mas sem o lucro prometido. Para conseguir cumprir, a nova promessa é de pagar no final do contrato de cada cliente, que é de 1 ano.

Se um cliente investiu em agosto de 2019, ele receberá em setembro de 2020. Se investiu em dezembro de 2019, receberá em janeiro de 2021.

DD Corporation investigada

A DD Corporation – ex-Dreams Digger – é sediada em Salvador, Bahia. A empresa foi fundada por Leonardo Araújo, que dizia ter cerca 300 mil associados e alegava ser oficialmente uma plataforma de educação sobre o mercado de criptomoedas. No entanto, usava um suposto robô de arbitragem com bitcoin como principal chamariz.

O clássico roteiro de atraso em saques foi seguido de investigação por pirâmide financeira do Ministério Público da Bahia e mudança de nome de Dreams Digger para DD Corporation.

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Em dezembro, a DD sacramentou o calote e anunciou que encerraria as atividades no marketing multinível em 31 de dezembro. A resolução ficou para o dia 10 de fevereiro, que agora foi novamente enrolada.

Além do calote nos afiliados, a DD Corporation também costuma intimidar aqueles que resolvem reclamar publicamente da empresa.

Segundo o site internacional Behind MLM, especialista em desmascarar pirâmides financeiras, a DD corporation é um “esquema ponzi com robô de arbitragem.”

A DD funcionava num clássico esquema piramidal, onde você era remunerado pela indicação de pessoas abaixo de você. Além do bônus de indicação direta, também tinham os bônus binário, bônus de equipe e bônus de liderança. Como complemento, a empresa dizia operar um tal robô chamado Next, com rendimentos superiores a 10% ao mês sobre o seu investimento.

Ex-líderes já divulgam nova empresa

Uma nova plataforma chamada E-volve pode ser a continuação da DD Corporation. A nova empresa vem sendo divulgada desde dezembro por ex-líderes da DD Corporation e o negócio é bem similar.

Os rendimentos com bitcoin, segundo um vídeo no canal ‘E-Volve Internacional’ no Youtube, virá da atividade da trading, arbitragem e ‘hodl’.

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No site da empresa, o negócio é apresentado como “a ferramenta mais revolucionária para criptomoedas”; os ganhos, pagos semanalmente.

De acordo com a descrição de um vídeo publicado no mês passado, a Evolve é o mais “novo projeto adotado pelos líderes da DD Corporation”. Nas imagens, o divulgador Rafael Silvestre confirma o negócio e faz o convite para o cadastro.

Gabriel Rodrigues, que supostamente fez muita grana na Dreams Digger (primeiro nome usado pela DD) — e esbanjava sua vida rica nas redes sociais enquanto recrutava pessoas para o suposto golpe — também está tentando levar mais gente para a Evolve.

Também em vídeo, Gabriel afirma que é ele que está desenvolvendo o novo negócio. Inclusive para mostrar confiança, ele faz — ou simula — um investimento de R$ 100 mil na nova plataforma (cerca de ₿ 3,3).

A Evolve oferece de 5% a 7% ao mês de rendimentos a seus participantes — 5% na primeira indicação e depois os bônus são transformados em um tipo de score.

Cada euro gera 1 ponto. A promessa para quem conseguir juntar 1.000.000 de pontos, por exemplo, é de um carro no valor de R$ 180 mil.