A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) alertou na sexta-feira (3) o mercado de que a empresa AJ Investimentos não tem autorização para gerir valores mobiliários e promover Forex.
Ficou determinado por meio de stop order que a empresa pare de captar dinheiro de pessoas por meio de seu site e das redes sociais de seu sócio-fundador, Jose Ricardo de Oliveira Jardim.
Em seu site, a AJ Investimentos diz oferecer produtos para cada tipo de investidor, com taxa zero, além de vender cursos sobre aplicações financeiras. Um de seus produtos é uma poupança que rende 5% ao mês e que pode ser sacada em qualquer momento.
A abordagem dos clientes como familiares, muito utilizada pela GAS Consultoria, também é aplicada: “Venha fazer parte da nossa famíilia e lucrar mais fazendo seu dinheiro trabalhar para você”.
Segundo a CVM, a empresa “busca captar recursos de investidores, induzindo-os a crer tratar-se de uma corretora de valores mobiliários e que, de alguma forma, esses investimentos envolveriam também valores mobiliários, tais como ações, commodities e forex”.
Além disso, ressalta que a “empresa citada não detém autorização desta Comissão de Valores Mobiliários para atuar como intermediário de valores mobiliários”.
Como tem sido padrão da CVM, ficou estabelecida uma multa diária de R$ 1 mil caso a empresa descumpra a determinação.
O Portal do Bitcoin entrou em contato com a AJ Investimentos, mas não teve retorno até a publicação deste texto.
CVM aperta cerco contra forex ilegal
A Comissão de Valores Mobiliários está apertando o cerco contra a prática ilegal de forex. Em outubro, a comissão emitiu quatro stop orders em um período de sete dias contra empresas praticando Forex no Brasil.
As empresas afetadas foram a 555 Markets, as corretoras PO Trade Pocket Option e Gembell Limited e a W7 Limited (também conhecida por W7 Broker & Trading ou W7BT) e o empresário Willy Heine Neto.
Estados Unidos e Forex
O cerco contra empresas que operam no mercado Forex de forma ilegal também ocorre nos Estados Unidos. A Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) comunicou no último dia 29 que abriu processo contra 14 empresas que oferecem serviços de negociação em opções binárias, forex, criptomoedas, e que também atuam no mercado balcão (OTC). Segundo a autarquia, que supervisiona o mercado de derivativos, as empresas foram intimadas por atuarem sem as devidas licenças.
De acordo com o comunicado da CFTC, 12 das empresas investigadas têm agido como corretores para a modalidade de negociação chamada ‘Futures Commission Merchant’ (FCM), que é quando uma entidade renegocia contratos de futuros fora da bolsa de valores, como ocorre com as opções binárias. Outro tipo de serviço oferecido, segundo a autarquia, é o Retail Foreign Exchange Dealer (RFED), que é modalidade de mercado balcão.
Criptomoedas e Forex: maiores iscas de golpes
Em um estudo divulgado em julho deste ano, a CVM concluiu que as criptomoedas, como bitcoin, foram o produto de investimento mais usado em golpes, assim como o aplicativo de mensagens WhatsApp foi o seu principal meio de divulgação. Os mercados de forex e de ações também estão entre as iscas mais usadas por golpistas.
A pesquisa feita com duas modalidades de investidores, do comum ao mais arrojado, vítimas ou não de fraudes financeiras.