EUA versus Venezuela
Foto: Shutterstock)

Sanções econômicas americanas estão forçando a corretora de criptomoedas Uphold a sair da Venezuela — desta vez, definitivamente. Em um comunicado em seu site, a corretora britânica destacou nesta quinta-feira (23) que estava suspendendo seu suporte à Venezuela por conta da “crescente complexidade do cumprimento a sanções americanas”.

“Estamos tomando essa medida com muita relutância”, afirma a empresa, acrescentando que usuários venezuelanos devem sacar seus fundos o mais rápido possível. Usuários têm até o dia 31 de julho para remover seus bitcoins (BTC) e outros criptoativos de suas carteiras e terão suas contas completamente restritas a partir do dia 30 de setembro.

Publicidade

Em e-mail enviado a usuários, a Uphold alegou que pretende retornar à Venezuela “assim que mudanças na política americana permitirem”.

Sanções americanas impostas ao governo de Nicolás Maduro têm sido um enorme obstáculo ao surgimento de empresas de criptomoedas na Venezuela, apesar dele ter uma das maiores taxas de adesão de criptomoedas do mundo. Em 2020, a corretora de criptomoedas de ponto a ponto Paxful tomou uma decisão similar de deixar o país.

“Devido a preocupações sobre o ambiente regulatório na Venezuela e à própria tolerância ao risco da Paxful, lamentamos informar que a Paxful irá encerrar operações na Venezuela”, anunciou a plataforma em um comunicado compartilhado com o Decrypt na época.

Venezuelanos reagem à saída da Uphold

Conforme o esperado, a decisão já resultou na ira de venezuelanos. Anibal Garrido, um consultor local de criptoativos que tinha experiência em usar a Uphold como uma corretora “rápida, segura e cômoda”, disse que era lamentável que a Uphold fosse forçada a deixar a Venezuela por questões políticas.

Publicidade

“É uma iniciativa infeliz que destaca a dependência em sistemas descentralizados tem suas consequências”, contou ele ao Decrypt. “Peço que usuários reflitam sobre a importância da autocustódia de criptoativos”.

https://twitter.com/oswaldocrypto/status/1539938380338847746

Essa decisão põe um fim à incerteza que usuários venezuelanos enfrentaram em diversas ondas de encerramentos repentinos de contas pela empresa. Em 2019, o Decrypt havia noticiado que diversos usuaŕios venezuelanos tiveram suas contas bloqueadas após cumprirem com as demandas extraordinárias de identificação de clientes (ou KYC, na sigla em inglês) da empresa.

Venezuelanos suspeitaram que os encerramentos de conta eram uma consequência de sanções adicionais recentemente impostas pelos Estados Unidos.

Na época, o Decrypt havia perguntado ao CEO da Uphold, Juan Pablo Thieriot, se sanções americanas estavam impactando a capacidade da empresa em operar na Venezuela. “A Uphold está completamente comprometida em cumprir com as leis que se aplicam a cada jurisdição em que [a empresa] opera”, respondeu Thieriot.

Com a saída da Uphold, venezuelanos perdem outra opção para converter de criptomoedas e receber transferências. Porém, ainda existem alternativas tão seguras quanto a Uphold.

Publicidade

Dentre as mais conhecidas estão a plataforma de ponto a ponto LocalBitcoins, o mercado ponto a ponto da Binance, corretoras descentralizadas (ou DEXs) como Uniswap, as plataformas estatais Patria e PetroApp, bem como corretoras de criptomoedas legalmente autorizadas pelo governo e que operam no país.

Enquanto isso, a Venezuela continua sendo o país que mais opera negocia bitcoin em ponto a ponto na América Latina, com um volume de mais de US$ 4,7 milhões esta semana, de acordo com o site Useful Tulips.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

VOCÊ PODE GOSTAR
bitcoin e ethereum em grafico vermelho de queda

Manhã Cripto: Bitcoin e Ethereum caem após ataque contra Trump e antes de decisão de juros nos EUA

“Todos os olhos agora se voltam para a decisão da taxa de juros do Fed”, disse um analista sobre o que esperar do Bitcoin e Ethereum
Imagem da matéria: Protocolo DeFi DeltaPrime perde US$ 5,9 milhões após ataque

Protocolo DeFi DeltaPrime perde US$ 5,9 milhões após ataque

A empresa de segurança de criptomoedas Cyvers relatou “múltiplas transações suspeitas” no protocolo DeFi, drenando milhões de seus pools de liquidez
Imagem da matéria: Diddy divide unidade prisional com Sam Bankman-Fried, diz NBC

Diddy divide unidade prisional com Sam Bankman-Fried, diz NBC

O magnata do hip-hop Sean “Diddy” Combs está compartilhando uma unidade prisional com o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried
Moedas de bitcoin sob mesa escura com sigal ETF

ETFs de Bitcoin quebram sequência de 4 dias de entradas com saídas de US$ 53 milhões

ETFs de Bitcoin tiveram saída no mesmo dia em que o Federal Reserve cortou os juros nos EUA pela primeira vez em quatro anos