Na quinta-feira (2), a Comissão de Futuros de Commodities dos EUA (ou CFTC, na sigla em inglês) registrou uma reclamação contra a gestora de criptoativos Gemini Trust Company, liderada pelos gêmeos Winklevoss, em um tribunal de Nova York.
A reguladora de mercado alega que, entre aproximadamente julho de 2017 e dezembro de 2017, a Gemini enganou reguladores “por fazerem declarações materiais falsas ou enganosas” em uma tentativa de obter a aprovação de seu produto de futuros de bitcoin (BTC).
Na própria quinta, a Gemini anunciou a demissão de 10% de seus funcionários, em uma tentativa de ajudar a empresa a enfrentar o “inverno cripto”, segundo um anúncio feito pelos bilionários irmãos Tyler e Cameron Winklevoss, donos da companhia. Os irmãos reafirmaram acreditar que a “revolução cripto” esteja bem-encaminhada, mas que sua atual trajetória os forçou a reavaliar o tamanho de suas equipes.
Acusação contra a corretora
A Cboe Global Markets lançou seu produto de futuros de bitcoin em dezembro de 2017, ao firmar parceria com a Gemini como sua fornecedora de preço.
Em relação ao mecanismo do produto, o contrato de bitcoin seria liquidado em seu dia final antes do vencimento com base em um leilão operado pela Gemini para garantir a correlação próxima entre os futuros e o preço spot do bitcoin.
Mais especificamente, a CFTC alega que a Gemini enganou reguladores sobre a forma como esse leilão funciona.
De acordo com a Gemini, as apostas precisam ser completamente pré-financiadas (o dinheiro exato precisa estar na conta) pelos traders, dizendo a reguladores que os custos elevados a traders tornariam seu produto de futuros de bitcoin menos suscetível à manipulação.
Ainda assim, a empresa permitiu que alguns participantes negociassem o derivativo antes de sua conta estar com o dinheiro “contado”.
Na acusação, a CFTC alega que a Gemini ofereceu incentivos não divulgados na forma de reembolso e substituição de taxas para impulsionar os volumes negociados. A empresa também forneceu incentivos de negociação para alguns de seus clientes sem informar isso ao público.
Essas iniciativas para reduzir custos de capital para seus participantes de mercado a fim de impulsionar volumes de negociação não foram revelados à reguladora e vão de encontro à declaração inicial feita pela empresa durante sua aprovação em 2017.
Qual é o próximo passo?
Como parte das acusações, a CFTC também visa aplicar multas monetárias e possivelmente “proibições de negociação e registro” para a corretora caso o tribunal julgue necessário.
Um porta-voz da Gemini mencionou que a corretora planeja brigar sobre a alegação no tribunal.
“Há oito anos, temos um histórico de pedir permissão, e não perdão, e de sempre fazer a coisa certa”, disse o porta-voz à Reuters. “Aguardamos para comprovar isso no tribunal.”
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.