A corretora de criptomoedas Coinbase deu seu apoio ao pedido da Grayscale para oferecer um fundo negociado em bolsa (ETF) Ethereum à vista, convertendo seu atual produto, o Ethereum Trust — e instou a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) a conceder a aprovação.
Como a única exchange de criptomoedas negociada na bolsa de valores dos EUA, a Coinbase é uma voz proeminente na indústria de ativos digitais.
Na quarta-feira, a empresa — que é a guardiã de criptomoedas do Grayscale Ethereum Trust — apresentou um relatório detalhado destacando a maturidade do mercado e a conformidade regulatória do Ethereum, argumentando que esses dois aspectos tornam o ETH uma commodity semelhante ao Bitcoin (BTC).
“O mercado há muito entende que a ETH não é um valor mobiliário”, escreveu a Coinbase na carta. “Altos funcionários da Comissão disseram isso publicamente em várias ocasiões ao longo dos últimos seis anos, e nem a Comissão nem o seu pessoal refutaram esta posição, mesmo após a fusão.”
Durante anos, a indústria de criptomoedas pressionou por clareza regulatória sobre a verdadeira natureza jurídica dos tokens e ativos digitais.
Os emissores de criptomoedas e tokens muitas vezes resistem à ideia de os ativos digitais serem considerados títulos porque isso aumentaria fortemente sua carga regulatória, os exporia a possíveis ações judiciais por parte dos investidores quando as metas e expectativas não fossem atendidas e limitaria severamente sua capacidade de alcançar um mercado global mais amplo.
“As características do mercado de Ethereum e o acordo de compartilhamento de vigilância da exchange com a Chicago Mercantile Exchange Inc. (CME)… apoiam a posição de que a mudança de regra proposta pela deve ser aprovada por razões praticamente idênticas articuladas pela Comissão com relação aos produtos negociados em bolsa (ETPs) Bitcoin à vista”, diz a carta.
A Coinbase também elogiou a governança descentralizada do Ethereum, destacando sua eficácia na mitigação de riscos de fraude e manipulação.
Este tema já foi levado em consideração pela SEC para argumentar que o Ethereum não era, de fato, um valor mobiliário dadas as suas condições atuais. Isso porque não existe uma entidade, empresa ou grupo que possa controlar a rede, decidir unilateralmente o seu modelo e desempenhar um papel determinante na satisfação das expectativas dos investidores.
Este apoio chega em meio a discussões mais amplas no setor financeiro sobre os riscos potenciais associados à concentração na rede Ethereum, particularmente no que diz respeito aos ETFs Ethereum à vista, que incluem opções de staking.
Gigantes financeiros como S&P Global e JPMorgan expressaram tais preocupações, enfatizando a necessidade de estratégias diversificadas de participação para evitar a centralização da rede.
“Um aumento nos ETFs de staking de Ethereum pode afetar o mix de validadores que participam do mecanismo de consenso da rede Ethereum. O efeito dos ETFs spot Ethereum dos EUA sobre o risco de concentração, seja ele positivo ou negativo, pode ser significativo, o que torna o monitoramento constante do risco de concentração ainda mais importante”, argumentam analistas da S&P Global.
Em janeiro, a aprovação pela SEC de 11 ETFs à vista de Bitcoin marcou um marco regulatório significativo para a indústria cripto, impulsionando o preço do Bitcoin para quebrar a barreira de US$ 50 mil em fevereiro pela primeira vez desde 2021.
O resto do mercado de criptomoedas seguiu essa tendência, aumentando o marketcap total para mais de US$ 2 trilhões, de acordo com a CoinGecko.
*Traduzido com autorização do Decrypt.
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