A Empiricus previu uma grande alta no Ibovespa, mas recentemente teve que fazer mudanças atípicas na carteira frente às recentes perdas das bolsas. O mesmo aconteceu com o discurso de Felipe Miranda, CEO da empresa.
“Situações extraordinárias requerem medidas extraordinárias”, disse Miranda, após mudanças atípicas na carteira, o que ele chamou de “mudança abrupta”.
A explicação veio após a empresa receber críticas à previsão feita no início do ano, cujo prognóstico revelava uma alta de até 300 mil pontos no Ibovespa.
Na ocasião, fazendo uma analogia com antigas performances das bolsas, inclusive com o fato histórico da grande crise de 2008, a Empiricus citou “os quatro últimos ciclos de crescimento da Bolsa”.
Segundo o artigo, esses ciclos duraram entre seis e oito anos e entregaram multiplicações médias de entre 5 e 21 vezes. Diante dos dados, a empresa concluiu:
“O nosso ciclo atual se iniciou somente há três anos e as cotações do Ibovespa nem triplicaram de valor. Estenda a linha de tendência na imagem acima para o futuro e você vai ver que isso nos joga lá para cima de 300 mil pontos”.
No entanto, o artigo questionou: ‘O que pode dar errado?’ Uma das respostas foi “uma crise global”.
Apesar de o artigo não estar assinado por Felipe Miranda, ele endossou a análise da empresa em uma publicação:
“O Quinto Grande Ciclo de Alta Brasileiro. Temos motivos claros para chegar aos 300 mil pontos na Bolsa de Valores ainda neste ciclo. Mas isso não é o mais importante. O mais importante são as super multiplicações que um período como este oferece”.
Empiricus e coronavírus
As coisas mudaram. Os 300 mil pontos parecem ter ficado de lado. Miranda agora tenta proteger os seus clientes de mais perdas.
“Sim, o coronavírus vai afetar o Brasil no curto prazo. Mas, quer saber, isso não importa para o investidor”, escreveu a equipe Empiricus em outra publicação.
De acordo com um recente vídeo de alerta, Miranda diz que o momento é de muita incerteza, de muita volatilidade, e que as coisas sempre podem ficar pior do que se imagina.
“A maioria das pessoas está enxergando o que está acontecendo como uma baita oportunidade de compra de ações. Na minha opinião, é uma completa falta de responsabilidade”.
No final, como de praxe, Miranda convida o leitor a comprar acesso aos conteúdos da Empiricus.
Empiricus e CVM
Conforme mostra o histórico da Empiricus, a empresa é focada em conteúdos. Contudo, nos últimos anos o que também chamou atenção foi seu marketing agressivo.
A CVM, que supervisiona e regula o mercado brasileiro, se atentou então às peças e viu que se tratava de análises financeiras — a atividade requer registro no órgão.
No entanto, a Empiricus desejava ser reconhecida como uma publicadora de conteúdo e não como uma casa de análise.
Recentemente, a empresa teve que fazer um acordo de R$ 4 milhões com CVM para poder continuar com atuação na análise de mercado.
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