Imagem da matéria: CEO da Binance explica o motivo de não bloquear os russos na corretora
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O fundador e CEO da Binance, Changpeng Zhao, deu uma resposta confusa nesta quarta-feira (02) sobre a adequação da corretora às sanções impostas por vários países ao redor do mundo contra a Rússia pela invasão que ocorre na Ucrânia. O executivo disse que continua atendendo clientes russos, mas ao mesmo tempo segue as sanções.

A entrevista foi para a Bloomberg e a apresentadora leu a pergunta de um investidor do mercado financeiro tradicional: “Nós não temos permissão para negociar ações russas, mas vocês [Binance] continuam a fazer negócios com a Rússia. Isso não é uma violação das sanções? Há uma regra para cripto e outra para o mercado tradicional?”

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CZ afirma então que “restaurantes em Londres ou Nova York estão atendendo clientes russos e eu não vejo problema nisso per se”. Mas o empresároo em seguida diz que “muitos bancos estão limitados a um país, mas muitos fazem transações internacionais e seguem as sanções, assim como nós”.

Exchanges se negam a congelar contas

No domingo (27), o vice-primeiro-ministro ucraniano e ministro da Transformação Digital, Mykhailo Fedorov, pediu que exchanges de criptomoedas bloqueiem endereços de usuários russos.

“É crucial congelar não apenas os endereços vinculados a políticos russos e bielorrussos, mas também sabotar usuários comuns”, tuitou Fedorov.

Duas importantes exchanges de criptomoedas se recusaram a congelar contas russas em suas plataformas.

“Não vamos congelar unilateralmente milhões de contas de usuários inocentes”, disse um porta-voz da Binance à CNBC.

“Cripto destina-se a fornecer maior liberdade financeira para as pessoas em todo o mundo. Decidir unilateralmente proibir o acesso das pessoas às suas criptomoedas iria contra a razão pela qual a criptomoeda existe”, conclui o porta-voz.

Por sua vez, o CEO da Kraken, Jesse Powell, tuitou: “Eu entendo a lógica deste pedido, mas, apesar do meu profundo respeito pelo povo ucraniano, a Kraken não pode congelar as contas de nossos clientes russos sem uma exigência legal para isso”.

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Powell acrescentou que os russos devem estar “conscientes” de que esse tipo de exigência pode ser iminente. 

Ucrânia e criptomoedas 

Os pedidos de Fedorov são apenas uma parte da dinâmica mais ampla de como o mercado cripto está envolvido no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Depois que a Rússia invadiu a Ucrânia na semana passada, a comunidade internacional respondeu com sanções econômicas generalizadas e abrangentes impostas contra o estado da Rússia, a economia russa e seu governo.

No entanto, apesar dessa resposta internacional – que inclui a proibição de bancos russos do sistema de pagamento SWIFT – existe a preocupação de que a Rússia possa utilizar criptomoedas para evitar sanções.

“Assim como no sistema financeiro tradicional, a Rússia pode aproveitar a criptomoeda para evitar as sanções que estão sendo implementadas em resposta à invasão da Ucrânia”, disse Caroline Malcolm, chefe de política internacional da empresa de análise blockchain Chainalysis, ao Decrypt na semana passada. Segundo ela, “transações de entidades sancionadas” poderiam ser identificadas. 

Enquanto isso, doações de bitcoin e outras criptomoedas para a Ucrânia estão chegando desde o início da invasão da Rússia.

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