Imagem da matéria: Caro Faria Limer que acha que entende Bitcoin: Bem-vindo ao inferno

Chegar no escritório às 8h, ler alguns relatórios, responder e-mails, participar do “call” matinal… a rotina do “Faria Limer” é sempre muito parecida, independentemente de trabalhar no buy side (gestoras e seguradoras) ou sell side (corretoras e advisors).

Os mercados tradicionais, ou TradFi na linguagem deles, funcionam exclusivamente em dias úteis, em horário comercial. De fato, muitos desses associates e VPs (cargo pouco acima do estagiário), cobrem Europa e Ásia, portanto é comum ter plantões, ou ser obrigado a responder e-mails no final de semana.

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Pinte o cenário que quiser, mas essa rotina é um passeio de patinete, num dia de outono tranquilo, quando comparado às criptomoedas. Essa pressão que eles imaginam existir é nada perto de nossos flash crashes, rug pulls, e amadorismo.

“Amadorismo é bom, vou ficar rico”

O problema, meu caro “Faria Limer”, é impossibilidade de validar as informações: volumes, trades, book de ofertas, contratos em aberto? Tá tudo na mão das exchanges, e você não tem como saber se está recebendo informação atrasada, adulterada, ou se alguém do outro lado está enxergando seus stops.

A maior exchange dos EUA, Coinbase, foi pega inflando o volume em 98% da criptomoeda Litecoin, e pagou míseros US$ 6,5 milhões pra se livrar do problema. Na exchange de origem chinesa, Binance, os derivativos criados para ganhar no short apresentaram queda no crash de maio. Ao invés de assumir a cagada, resolveram deslistar os ativos.

Essa semana rolou um “problema” no contrato futuro de Ether da Binance, afetando “alguns clientes.” Mas fique tranquilo, eles roubam um pouco de todo trade pro insurance fund pra cobrir esse tipo de perda. Sim, sério! As exchanges cobram uma taxa para isso nos contratos futuros.

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Isso sem contar nas inúmeras plataformas de finanças descentralizadas (DeFi) e projetos que alegam ter sofrido um hack, perdendo fortunas. Nesse universo de smart contracts, tokens não-fungíveis (NFT), e lançamento de tokens com rodadas de pré-investidores, há premiação para influencers, e todo tipo de “esquema” possível e imaginável.

Pera, ao menos as “grandes” moedas são sérias, não?

Certo, certo. Limpinhas. Tether, a moeda supostamente lastreada em US$ 70 bilhões de dólares, acaba de ser multada pela CFTC em US$ 41 milhões por… adivinhe? Ter somente 27% das reservas em caixa e equivalentes.

Litecoin, aquela do preço e volume manipulado? O fundador confessou ter desovado tudo nos trouxas no pico de 2017, e praticamente nunca mais houve desenvolvimento na moeda. Segue viva entre as 15 maiores com capitalização de US$ 13 bilhões.Enfim, a grande maioria não vale absolutamente nada, porém, com uma ajudinha das exchanges, e muito marketing, é possível milagres nesse mercado. Quer pagar pra ver? Cai dentro da selva!

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