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Câmara da Argentina instala comissão para investigar escândalo cripto de Milei

Criada após meses de impasse, a comissão vai investigar o envolvimento do presidente Javier Milei e de sua irmã, Karina, no suposto golpe da Libra

Javier Milei gesticulando
Shutterstock

A Câmara dos Deputados da Argentina instalou, na quinta-feira (28), uma Comissão especial para investigar o caso da criptomoeda Libra ($LIBRA), que resultou em um escândalo envolvendo o presidente Javier Milei. A criação da Comissão, paralisada havia cinco meses, marca o início dos trabalhos cerca de sete meses após Milei ter promovido o suposto golpe em sua conta no X.

A criptomoeda Libra foi promovida no dia do seu lançamento pelo presidente Milei, e seu preço disparou antes de despencar repentinamente. Essa manobra, conhecida como “puxão de tapete” (rug pull, na expressão em inglês), permite que aqueles que venderam seus ativos durante a alta de preços obtenham lucros consideráveis, enquanto prejudica aqueles que entraram tarde.

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De acordo com uma nota da Câmara, o deputado Maximiliano Ferraro (Coalizão Cívica) foi eleito presidente da Comissão sobre a criptomoeda Libra. A iniciativa estava travada por causa de um impasse: 14 integrantes defendiam dar continuidade à apuração do envolvimento de Milei e Karina, sua irmã, no caso, enquanto outros 14 se opunham ao prosseguimento dos trabalhos.

“Percorremos um longo caminho, cheio de obstáculos e artimanhas. Que fique claro que o propósito desta comissão é algo previsto em nossa Constituição: exercer o controle político do Poder Executivo”, disse Maximiliano Ferraro, conforme informações do Infobae.

Críticas partiram de Gabriel Bornoroni (La Libertad Avanza) e Silvana Giudici (Proposta Republicana), que alegaram irregularidades no prazo e no processo de designação. Já Ferraro defendeu a legitimidade da escolha, ressaltando o papel constitucional de fiscalização da Comissão. O deputado Juan Marino (Unión por la Patria) foi designado secretário, e as reuniões ocorrerão às terças-feiras, às 16h, com previsão de trabalhos até 10 de novembro.

Como resultado, os deputados da bancada La Libertad Avanza, partido de Milei, optaram por se retirar das sessões. A oposição, em contrapartida, sustenta que a comissão agora tem condições de atuar e trazer esclarecimentos sobre as controvérsias ligadas à criptomoeda Libra.

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A instauração da comissão ocorre em um momento de extrema fragilidade do governo, abalado por outra investigação de corrupção, em que áudios atribuídos ao ex-diretor da agência do governo para pessoas com deficiência denunciam um suposto esquema de propinas envolvendo a irmã de Milei, Karina, comentou a Folha.

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