Imagem da matéria: Caixa Econômica encerra conta de corretora de bitcoin e empresa corre risco de fechar
(Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Caixa Econômica Federal encerrou na terça-feira (05), sem aviso prévio, a conta corrente da corretora de bitcoin Bitcambio, que agora passa a operar somente com uma conta em um banco, o Santander. A exchange Pagcripto também teve o contrato encerrado.

A empresa comunicou o fato aos seus clientes, por meio de um post no Facebook, no mesmo dia em que teve sua conta corrente fechada. No momento, a Bitcambio está trabalhando também com o Neon, que é uma conta digital.

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Essa conta do Santander, entretanto, está mantida por força de liminar concedida pela Justiça do Rio de Janeiro.

A situação da Bitcambio é bastante delicada. De acordo com a Citar Tech, que controla a corretora, a empresa está “correndo o risco de encerrar suas atividades por não ter mais conta bancária”.  

A conta encerrada pela Caixa Econômica Federal ocorreu sem que houvesse qualquer aviso prévio, o que seria um abuso por parte da instituição bancária.

“A empresa foi surpreendida pelo fechamento inesperado sem nenhum aviso prévio. De acordo com as normas do Bacen, o banco tem de avisar com antecedência para que o correntista possa se precaver”.

Caixa Econômica no ataque

Além da Bitcambio, a Pagcripto também teve sua conta encerrada pela Caixa Econômica Federal no mesmo dia. Carlos Lain, fundador da exchange, afirmou que do mesmo modo que ocorreu com a Bitcambio, não houve qualquer aviso prévio sobre o cancelamento do contrato de conta corrente.

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O caso da Pagcripto, entretanto, é um pouco diferente. Apesar de também ser bastante afetada por esse fechamento, a empresa ainda possui contas em outras quatro instituições bancárias: Brasil Plural, Bradesco, Santander e Neon.

Lain disse que por sorte, a empresa há cerca de dois meses decidiu migrar as maiores operações da Caixa para outros bancos. Com isso, o prejuízo com o encerramento da conta não foi tão grande. Ainda assim, acredita que vai perder alguns clientes.

“Quem mais usava eram alguns clientes de pequenos valores no nosso book. Isso certamente vai fazer que muitos desses não venham  mais operar conosco, já que teriam taxas bancárias que afetam a operação”.  

Perseguição ao setor de criptomoedas

A Caixa Econômica parece estar se aproveitando de um cenário propício para efetuar esse encerramento de contas. Conforme a Citar Tech, Itaú, Bradesco, Caixa, Sicoob, Banco do Brasil também fecharam a conta da DysPaga, que faz serviços de processamento de saques para a exchange.

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Isso se intensificou mais após os escândalos do Grupo Bitcoin Banco e da Atlas Quantum, empresa que encabeça a Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain (ABCB).

Para ele, o fato de o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) prorrogar mais uma vez o inquérito administrativo, o qual ainda não tem previsão para conclusão, não foi à toa. Isso estaria ligado a essa série de problemas que o setor tem passado recentemente.

A autarquia já adiou cinco vezes o prazo para concluir o inquérito administrativo. Como não foi deferida a medida cautelar pedida pela ABCB para que os bancos se abstenham em encerrar contas de empresas ligadas ao setor de criptomoedas, não há como coibir essa atuação das instituições financeiras.

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