Imagem da matéria: Brasil representa 30% do volume de transferências de valores da Ripple
Foto: Shutterstock

O Brasil já é responsável por 30% das operações de transferência de valores da Ripple. O número é tão significativo que motivou a abertura de um escritório em São Paulo e estimulou a vinda constante de seu vice-presidente ao país.

A informação é do próprio executivo, Eric van Miltenburg, vice-presidente sênior de operações globais da empresa, em entrevista à Época Negócios, publicada na terça-feira (26).

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Miltenburg conta que mesmo com a presença constante do diretor geral da Ripple no Brasil, Luiz Antonio Sacco, ele vir para o país significa aumentar a eficiência e destravar oportunidades. Segundo o executivo, esse ajuste fino funcionou até agora.

Outro ponto, disse, é que com o escritório em São Paulo a startup passa a aprender com as boas ideias do país e aplicá-las no resto do mundo. 

O Brasil agora faz parte de um grupo seleto de países que possuem escritórios da empresa (Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Cingapura e Índia). 

Ripple quer ser global

De acordo com o vice-presidente, a Ripple busca mercados com grande volume de transferências de baixo valor.

Isso porque o sistema tradicional de transferências bancárias internacionais é muito ineficiente, o que resulta na cobrança de maiores taxas.

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No entanto, ele frisou que todo país interessa à Ripple, já que a intenção é a construção de uma rede global. No Brasil, por exemplo, ela já trabalha com três instituições financeiras: Banco Rendimento, Santander e BeeTech Global.

Contudo, disse, “os países mais desenvolvidos tendem a ter uma estrutura um pouco mais eficiente de transferência internacional de dinheiro”. Segundo ele, já são mais de 300 bancos parceiros no mundo.

Diferença da Libra

A reportagem da Época pediu a opinião do executivo sobre qual seria a diferença entre o projeto que ele comanda para a Libra, a criptomoeda que está sendo desenvolvida pela Facebook.

Além de citar sua descentralização, Miltenburg disse em primeiro lugar que a Ripple não ameaça moedas estabelecidas: “Ao contrário, queremos reforçá-las”.

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Ele deu um exemplo. Segundo o executivo, aumentar a eficiência de uma transferência bancária entre Brasil e Canadá não ameaça nem o Real nem Dólar Canadense.

“Ao contrário, eu reforço a importância delas”, ressaltou.

Sobre a Libra, ele disse que o Facebook tenta criar uma moeda que seria atrelada a uma cesta de moedas. Para ele é isso que incomoda os governos.

“Acho que isso incomoda o governo da França. Dizem que o Facebook tenta se afirmar como um banco central mundial. Acho difícil”, comentou.

Miltenburg não acredita que no futuro alguma moeda consiga ter um papel dominante, seja a Libra ou mesmo o dólar, que, segundo ele,  acabou virando uma moeda global de fato.

Em resumo, ele disse que quanto mais perde força a ideia de uma moeda global, melhor pra Ripple.

“O mundo precisa de um meio de pagamento neutro para fazer a ponte entre moedas. É aí que entramos”, concluiu.

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Ripple, 3º maior mercado

A Ripple ocupa o terceiro lugar entre as criptomoedas com maior valor de mercado, valendo US$ 9,6 bilhões segundo o Coinmarketcap, ficando atrás somente do Ethereum (US$ 16 bilhões) e do Bitcoin (US$ 131 bilhões).

Focada desde sua criação em transferências internacionais, a Ripple possui várias parcerias em todo o mundo. A empresa acredita que a longo prazo pode brigar com gigantes instituições de transferências globais.


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