A BlueBenx, empresa de investimentos em criptomoedas que bloqueou os saques de todos os clientes no dia 11 de agosto, anunciou nesta quarta-feira (24) um plano de reestruturação para pagar clientes que fizeram solicitações de saque antes do dia 25 de julho.
No entanto, em e-mail enviado aos clientes e assinado pelo CEO, Roberto Cardassi, a empresa faz questão de ressaltar que não vai pagar os usuários que abriram processos contra ela e seus diretores na Justiça — e não são poucos.
“Enfatizamos que os clientes que ingressaram com ação na esfera judicial contra a empresa estão fora da lista de pagamento e, a princípio, terão sua situação resolvida perante a Justiça”, diz a nota.
Dessa forma, 254 clientes que haviam feito solicitações de saque até o dia 25 de julho, não serão pagos nesta reestruturação.
Embora tenha bloqueado os saques de pelo menos 2,5 mil clientes, apenas 150 serão restituídos neste momento. Além de poucos clientes beneficiados, também será baixo o valor que eles poderão recuperar, já que o limite estabelecido de saque não vai passar de R$ 2 mil.
Essa leva de pagamentos deve acontecer até o dia 15 de setembro por meio de um parceiro intermediário não informado. A BlueBenx usa os bloqueios que sofreu em suas contas bancárias pela Justiça desde o dia 19 de agosto como justificativa para usar um parceiro terceirizado. Na decisão, o juiz do caso alegou que no caso das operações da companhia “tudo indicava se tratar de uma fraude”.
A nota também informa que os advogados da empresa estão trabalhando para derrubar a liminar que decretou os bloqueios, alegando que dessa forma poderia ampliar o pagamento para mais clientes.
O plano de reestruturação da BlueBenx
A BlueBenx, que diz ter perdido todo seu dinheiro quando caiu em um golpe de falsa listagem cujo dinheiro foi parar na Binance, explica que captou fundos para pagar esses 150 clientes utilizando recursos oriundos da negociação de ativos físicos e de sistemas da companhia.
No e-mail, a empresa aproveitou para anunciar os primeiros passos do seu plano de reestruturação que vai “tokenizar” todos os bens disponíveis da empresa:
“Temos trabalhado incansavelmente nos últimos dias na elaboração e execução do plano de reestruturação que visa dar garantia, segurança e confiabilidade sobre os montantes alocados pelos investidores e tokenizar todos os bens disponíveis, incluindo saldos remanescentes e valores que serão recebidos por meio da negociação dos ativos da empresa, como softwares, equipamentos e demais bens.”
A BlueBenx informa ainda que vai realizar um hard fork do seu token nativo BENX, que perdeu todo valor de mercado no final de julho, “com o objetivo de corrigir as falhas de segurança e de buscar reverter e invalidar as transações fraudulentas realizadas”.
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