A grande aposta dos bancos brasileiros tem sido a tecnologia, incluindo o blockchain. Depois do ano de 2017, os investimentos feitos pelas instituições financeiras no setor tecnológico só têm aumentado e chegou a marcar R$ 19,5 bilhões, segundo dados da 26ª pesquisa de Tecnologia Bancária da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Desenvolvida em parceria coma Deloitte, a pesquisa aponta que houve um aumento de 5% em investimentos em tecnologia em relação a 2016. Metade desses R$ 19,5 bilhões investidos nesse ano foram destinados ao desenvolvimento e aprimoramento de softwares e plataformas digitais.
O estudo contou com a participação de 24 bancos, os quais representam 91% dos ativos dessa indústria no País.
Esse interesse por parte dos bancos coincide com o significativo aumento de fintechs no país e com o fato do Banco Central procurar cada vez mais o caminho da regulamentação de operações de crédito que utiliza o sistema peer-to-peer (ponto a ponto).
No último mês, o Bacen havia regulamentado as fintechs de crédito permitindo que essas atuem como Sociedades de Empréstimo entre Pessoas (SEP), que conectam investidores a tomadores de recursos. A regulamentação, contudo, previu limite de R$ 15 mil para empréstimos.
Os ventos da mudança chegaram. Os bancos tradicionais, ao se depararem com o surgimento dos primeiros bancos 100% digitais, tiveram de repensar sua forma de atuar no mercado e declarar guerra as fintechs já não era mais uma saída interessante.
As fintechs que funcionam como Sociedades de Empréstimo entre Pessoas intermedeiam operações peer-to-peer pelas quais pessoas aplicam dinheiro de um lado, e empresas ou outras pessoas físicas pegam empréstimos de outro.
Entre Open Banking e o Blockchain
A imagem de um cliente indo até a uma agência física para conversar sobre investimento com o seu gerente nos remete a um filme antigo tendo em vista as inúmeras plataformas digitais pelas quais esse mesmo cliente opera a partir de alguns toques na tela do seu celular.
Isso, contudo, tem avançado e hoje as instituições financeiras passaram a trabalhar em parceria com fintechs através das Interfaces de Programação de Aplicação (APIs – sigla para o termo em inglês Application Programming Interface).
Essas interfaces possibilitam que empresas conectem seus sistemas aos dos bancos integrando dados e operando de modo automatizado e isso é o que possibilita o funcionamento da plataforma Open Banking.
A Stefanini, uma grande desenvolvedora de soluções para bancos, afirmou que essa nova funcionalidade deve ganhar fôlego com a nova regulamentação do Banco Central sobre a concessão de crédito por fintechs.
Breno Barros, diretor de inovação e de negócios da Stefanini, afirma que essa é uma evolução natural das eras do Internet Banking (década de 1990) e do Mobile Banking (2010): “Agora chegou a hora do que acreditamos ser o Seamless Banking – um banco em qualquer lugar, em qualquer dispositivo e em qualquer momento”.
O Banco do Brasil foi a instituição que primeiro adotou a plataforma Open Banking, na América Latina. Mas o maior avanço em bancos 100% digital parece que tem sido do Bradesco, que já fechou uma parceria com a fintech CAPTCO a fim de desenvolver sua plataforma Next.
Essa inovação de Open Banking não é, entretanto, o ápice buscado pelos bancos. As instituições financeiras tem investido em pesquisas a fim de possibilitar o uso do Blockchain e isso tem se evidenciado cada vez mais.
Depois de o Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, SICOOB e Banrisul se juntarem num projeto que envolve um novo serviço digital baseado no Blockchain, eis que já se fala num projeto-piloto a ser desenvolvido pela Febraban.
Na 28ª edição do CIAB Febraban – Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras, foi apresentado pelo Grupo de Trabalho Blockchain Febraban um protótipo para reforçar a segurança na adesão de clientes para receber, dos bancos, um determinado serviço ou produto por meio digital.
Gustavo Fosse, diretor setorial de Tecnologia e Automação Bancária da Febraban, afirmou que os bancos debateram nesse congresso “os avanços obtidos com tecnologias como internet das coisas, inteligência artificial e computação cognitiva, usadas para aprimorar a experiência digital dos correntistas”.
“Também tivemos a apresentação de um protótipo de Blockchain, feito de maneira colaborativa entre as instituições, e importantes discussões para outros segmentos, como a criação de um ecossistema de pagamentos instantâneos no Brasil”, disse.
O grupo de trabalho existe desde agosto de 2016 e conta com a colaboração com 18 bancos e instituições financeiras, incluindo o próprio Banco Central. Coincidência ou não, o aumento em investimentos das instituições financeiras em tecnologia sucedeu partir de 2017, depois de um jejum de dois anos.
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