Roberto Campos Neto, moeda digital, CBDC, Banco Central do Brasil, metaverso
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Banco Central (BC) está considerando propor novas diretrizes para estabelecer uma fiscalização das transações com criptomoedas no Brasil, segundo conversa com banqueiros com o presidente da instituição Roberto Campos Neto. A proposta de regulação deve ser enviada ao Congresso ainda no primeiro trimestre, apurou a Folha no domingo (20).

De acordo com o jornal, o tema da conversa de Neto com presidentes de vários bancos importantes que atuam no país foi sobre conter a explosão de golpes e fraudes no Brasil envolvendo criptomoedas como o bitcoin. A ideia, relataram os banqueiros sob anonimato, é enquadrar os criptoativos como um veículo de investimento.

Publicidade

A iniciativa do BC, contudo, vai depender de um novo PL (Projeto de Lei) que teria que ser apresentado pelo presidente Jair Bolsonaro. Este PL, segundo a Folha, daria pleno poder à equipe de Campos Neto para conceder autorização a empresas do novo setor. Procurado para comentar o assunto, o órgão não respondeu ao jornal.

Registros à disposição das autoridades e mudança no Código Penal

Caso a medida avance, as corretoras de criptomoedas terão que seguir as diretrizes dos demais fundos de investimento regulados no Brasil, como, por exemplo, serem obrigadas a ter uma sede no país e manter os registros de todas as transações à disposição das autoridades.

Em decorrência das novas diretrizes haveria também uma atualização no Código Penal exclusiva para estelionatários do setor de criptomoedas — “que movimenta cerca de R$ 130 bilhões por ano no páis”, ressaltou a Folha.

Ouvido pelo jornal, o advogado Fábio Braga disse que normas para o novo mercado com competências tanto do BC quanto da CVM aumentaria a transparência e por consequência a segurança dos investidores.

Publicidade

Como exemplo, a reportagem citou o ‘Caso Gerdau’, noticiado pelo Portal do Bitcoin em abril de 2020. Na época, uma quadrilha conseguiu roubar R$ 30 milhões de uma conta da metalúrgica Gerdau no banco Santander e, a seguir, tentou usar o dinheiro para comprar bitcoins.

Neste caso, o banco Santander acusou a corretora de criptomoedas Binance de dificultar as investigações, concluiu a Folha.

VOCÊ PODE GOSTAR
SBF da FTX no Congresso dos EUA

Criador da FTX apela condenação e diz que juiz foi “injusto”

Sam Bankman-Fried apelou de sua condenação por fraude, alegando que não teve um julgamento justo
Sheik das criptomoedas Francisley Valdevino

Ex-Corinthians, Jucilei perdeu R$ 45 milhões na pirâmide do ‘Sheik das Criptomoedas’

“CEO” da empresa que enganou o ex-jogador é na verdade um ator uruguaio contratado por Francisley Valdevino, o Sheik, revelou o Fantástico
Imagem da matéria: Correlação entre criptomoedas e ações é a maior desde 2022 após corte de juros nos EUA

Correlação entre criptomoedas e ações é a maior desde 2022 após corte de juros nos EUA

Há dois anos que as criptomoedas e a bolsa de ações dos EUA não tinham desempenhos tão próximos com fatores macroeconômicos guiando os preços
ilustração mostra vários gráficos DeFi

Mercados DeFi podem se recuperar com corte de juros pelo Fed, diz Bernstein

Para os analistas da empresa de pesquisa, os rendimentos das finanças descentralizadas podem se recuperar com corte de pelo menos 25 pontos percentuais