Fachada da sede do Banco Central do Brasil
Foto: Shutterstock

O Banco Central divulgou nesta quarta-feira (21) um comunicado informando que irá fazer consultas públicas para definir a regulamentação do mercado de criptomoedas no Brasil. A entidade foi escolhida pela presidência da República para ser o ente responsável por criar regras e fiscalizar o setor, conforme era previsto na Lei 14.478/22, que entrou em vigor na terça-feira (20). 

Segundo o BC, a regulamentação está em construção e os técnicos querem fazer uma consulta pública para ouvir a sociedade antes de divulgar a regra definitiva.

Publicidade

“O arcabouço normativo a ser estabelecido compreenderá aspectos relacionados às atividades desenvolvidas pelas entidades entrantes e instituições que porventura pretendam atuar nesse ambiente, considerando aspectos relacionados aos regramentos de autorização, operacionais, de conduta, de gestão de risco e de capital, das operações e serviços oferecidos”, afirma o BC. 

Além disso, o BC cita ter como objetivo a coibição de fraudes, preservação da integridade de mercados e mitigação de riscos devido a “interrelações entre os segmentos tradicionais e descentralizados”.

Em reportagem do Portal do Bitcoin, o advogado Isac Costa lembrou que vários pontos sobre o setor estão agora pendendo de definição do Banco Central: “A fiscalização da prestação de serviços, a exigência de autorização e a comunicação ao COAF de operações suspeitas precisa esperar o detalhamento que ainda virá”.

Decreto fixa BC como regulador

No último dia 14 de junho, foi publicado o decreto que regulamenta a aplicação da Lei das Criptomoedas no Brasil. O documento determinou o Banco Central como órgão regulador desse setor.

Publicidade

O Decreto 11.563 é assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro da Economia, Fernando Haddad, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto. 

O decreto estabelece que o Banco Central irá regular a prestação de serviços com criptomoedas (chamadas de “ativos virtuais” no texto) e terá o poder de autorizar quem pode atuar no mercado. O BC também tem o poder para supervisionar o funcionamento do setor. 

O texto deixa claro que as atribuições da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foram mantidas. A entidade será responsável por regulamentação em casos que os ativos virtuais sejam configurados como valores mobiliários. 

Como regulador, o Banco Central terá diversas atribuições e poderes. Será o órgão que poderá autorizar o funcionamento da empresa cripto, a transferência de controle, fusão e cisão.

Publicidade

O BC também poderá estabelecer condições para o exercício de cargos em órgãos estatutários e contratuais nestas empresas e autorizar a posse e o exercício de pessoas para cargos de administração.

VOCÊ PODE GOSTAR
Dólares equilibrados formam uma pirâmide

CVM abre processo contra suposta pirâmide com criptomoedas Canis Majoris

CVM citou 11 elementos no processo, entre pessoas físicas e empresas, que já haviam sido citados no relatório final da CPI das Pirâmides Financeiras
Imagem da matéria: Vitória de Trump seria mais vantajosa para as criptomoedas, afirma CEO da Ripio

Vitória de Trump seria mais vantajosa para as criptomoedas, afirma CEO da Ripio

Sebastián Serrano argumenta que uma vitória de Trump seria mais favorável, mas que Kamala poderia dar um sinal positivo ao mercado ao demitir o presidente da SEC
Prédio do Capitólio, o Congresso dos Estados Unidos, com bandeira

Mercado eleva para 67% projeção de maior corte de juros nos EUA nesta quarta

Federal Reserve define amanhã sobre corte de juros, e redução das taxas pode ter impacto positivo sobre o preço das criptomoedas
bitcoin

Manhã Cripto: ETFs de Bitcoin chegam ao 4º dia de entradas, mas moeda falha em superar US$ 64 mil

Apesar de ter superado os US$ 64,7 mil na noite passada, o Bitcoin retorna ao nível de US$ 63 mil na manhã desta quarta