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A recém-lançada ZeroSync Association está trazendo as provas de conhecimento zero (ZKPs) para o Bitcoin, permitindo que os usuários validem o estado da rede sem a necessidade de baixar centenas de gigabytes de histórico de blockchain ou confiar em terceiros.

Sediada em Zug, na Suíça, a ZeroSync Association é uma entidade sem fins lucrativos apoiada por várias partes interessadas da comunidade, incluindo seus principais colaboradores Robert Linus, Tino Steffens, Lukas George e Max Gillett, além de parceiros de apoio, como a Lightning Labs, entre outros. 

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Para a primeira versão de seu software, a ZeroSync está usando Cairo, a linguagem de programação trazida à vida pela StarkWare, a empresa israelense que está desenvolvendo soluções populares de escalabilidade de segunda camada para Ethereum, como StarkEx e StarkNet.

“A ZeroSync é a primeira tentativa de produção para atualizar radicalmente o protocolo Bitcoin”, disse Louis Guthmann, líder do ecossistema da StarkWare, ao Decrypt. “Isso transformaria a maneira como as pessoas pensam sobre o sistema em um nível fundamental.”

Comumente referido como zk-STARKs, a versão da StarkWare de ZKPs não requer a fase de configuração confiável potencialmente vulnerável, enquanto afirma ser mais eficiente do que as zk-SNARKs — uma iteração do ZKP usado, por exemplo, pela criptomoeda com foco em privacidade Zcash.

A StarkWare implantou inicialmente zk-STARKs exclusivamente na blockchain do Ethereum, e vê-las entrar no ar no Bitcoin “é um próximo passo lógico”, de acordo com Uri Kolodny, CEO e cofundador da StarkWare Industries.

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“Isso pode ter um efeito profundo em como os usuários do Bitcoin interagem com a rede”, disse Kolodny em um comunicado.

Sincronização mais rápida da blockchain do Bitcoin  

Para dar aos desenvolvedores de Bitcoin acesso fácil aos ZKPs, a ZeroSync está desenvolvendo um kit de desenvolvimento de software (SDK) que lhes permite gerar provas de validade personalizadas, dependendo dos casos de uso individuais.

Uma parte fundamental deste SDK é o cliente ZeroSync, que permite o download rápido do bloco inicial (IBD) e a implementação do primeiro consenso completo de proof-of-Bitcoin.

Sincronizar a blockchain do Bitcoin pode ser um processo doloroso, pois, dependendo da velocidade da sua conexão com a internet, o download do histórico de transações pode levar dias ou até semanas, com novos blocos adicionados a cada dez minutos em média.

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De acordo com a ZeroSync, seu cliente pode ser usado não apenas para sincronizar um nó completo com muito mais rapidez, mas também sem a necessidade de fazer alterações de código no software Bitcoin Core.

A tecnologia também pode ser aplicada para compactar o histórico de transações de protocolos de validação como o Taro, um protocolo para emissão de stablecoins na Lightning Network do Bitcoin, ou, por exemplo, para permitir que exchanges de Bitcoin e serviços de custódia forneçam provas de reservas.

“Após anos de frustração com a sincronização lenta, os usuários poderão sincronizar com a rede muito mais rapidamente e com menos computação. É um salto tecnológico semelhante à transição de internet discada lenta para banda larga de alta velocidade”, disse o presidente da StarkWare, Eli Ben-Sasson.

Enquanto a StarkWare, que financia a iniciativa junto com a Geometry Research, planeja manter seu foco no Ethereum, para Ben-Sasson pessoalmente esse desenvolvimento “fecha um círculo”.

O presidente da StarkWare relembrou uma conferência de Bitcoin realizada em 2013, onde ele teve “o momento eureka” reconhecendo que a criptografia que ele ajudou a inventar poderia mudar a blockchain.

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“Mas ficou claro que a jornada precisava começar no Ethereum. Agora, exatamente dez anos depois, as STARKs provaram seu valor no Ethereum e estão indo para o Bitcoin, alcançando novos horizontes”, concluiu Ben-Sasson.

 * Traduzido e editado com autorização do Decrypt.co